Sindicalistas ocupam galerias e tumultuam a Câmara
Uma forte mobilização dos funcionários da Corsan, liderados pelo Sindiágua e Sindicato dos Comerciários de Santa Cruz do Sul, impediu, ontem à noite, a Câmara de Vereadores de votar o projeto de lei que institui a política municipal de saneamento básico. Durante o dia de hoje, o governo deverá decidir, com a sua base no Legislativo, o encaminhamento que será dado à matéria.
Cerca de uma centena de trabalhadores e sindicalistas acompanharam a sessão e, em vários momentos, interromperam os discursos dos vereadores com vaias e gritos. O presidente da Câmara, Francisco Carlão Smidt (PTB), em quatro ocasiões precisou interromper a sessão para pedir silêncio no plenário.
Por volta das 21 horas, quando o líder do governo Ilário Keller (PTB) confirmou o pedido para a votação da matéria, os ânimos se acirraram mais e o vereador André Scheibler (PTB) chegou a ser atingido, na cabeça, por uma moeda que foi jogada do meio da assistência. Os vereadores mais visados eram Ari Thessing e Wilson Rabuske, ambos do PT. Entre os manifestantes estavam alguns ex-petistas e filiados da ala que foi contra a coligação do Partido dos Trabalhadores com o PTB.
O vereador Edmar Hermany (PP), que levantou a possibilidade de a Corsan não poder participar de uma eventual licitação no setor de água e esgoto, por ser um órgão público, tentou adiar a votação da matéria, para permitir a realização de uma audiência pública sobre o assunto. No entanto, seus argumentos não tiveram sucesso. Ele questionou o porquê da pressa do governo em votar a matéria sem uma discussão mais ampla.
Votação
As 23 horas, Smidt fez nova tentativa para votação. Os manifestantes, no entanto, se posicionaram em volta dos vereadores, gritando palavras de ordem e pedindo a convocação de uma audiência pública para avaliar o plano. Sem condições de continuidade dos trabalhos, o presidente encerrou a sessão.
Na avaliação do Sindiágua, no momento em que a Prefeitura abrir licitação, a Corsan estará fora do processo. A base governista, no entanto, sustenta que a estatal poderá concorrer e efetuar uma proposta que garanta o pleno abastecimento de água e a expansão da rede de esgoto.
(Gazeta do Sul, 14/07/2009)