(29214)
(13458)
(12648)
(10503)
(9080)
(5981)
(5047)
(4348)
(4172)
(3326)
(3249)
(2790)
(2388)
(2365)
agroextrativismo reservas extrativistas desenvolvimento da amazônia
2009-07-13

Produtos da floresta tendem a ser plantados, afirma Alfredo Homma. Para engenheiro, área já derrubada precisa ser mais bem aproveitada

A retirada de produtos da floresta, como a seiva da seringueira e a castanha-do-pará, não são economicamente viáveis a longo prazo. Essa é a opinião do engenheiro agrônomo da Embrapa Alfredo Homma, que há mais de 30 anos estuda a economia rural na Amazônia. Segundo o pesquisador, os produtos extrativistas (retirados da natureza) tendem a ser “domesticados” em plantações quando a procura por eles é muito forte. “Na natureza há um determinado número de seringueiras, castanheiras. Para um seringueiro cortar (retirar seiva de) 450 árvores, precisa trabalhar em um espaço de 300 a 500 hectares. Essa mesma quantidade de seringueiras você pode plantar em um campo de futebol”, explica.

O extrativismo tem sido uma das principais apostas dos governos para proteger a Amazônia. No Brasil, há 49 reservas extrativistas e 65 florestas nacionais federais. Esses lugares foram criados especialmente para a retirada controlada de produtos da floresta, preservando a mata.

Para Homma, o fim do extrativismo é algo natural, pois a produtividade desse tipo de atividade é muito baixa, e tende a não dar conta da demanda. “Foi por isso que os ingleses perceberam que a produção extrativa de borracha não dava para sustentar o mundo. Tanto que eles levaram daqui 70 mil sementes em 1876. Logo que essas seringueiras começaram a produzir, por volta de 1910, eles venderam a borracha por um preço 30 vezes menor.”

Outro problema, segundo o engenheiro agrônomo, é que os produtos retirados da mata podem ser trocados por substitutos artificiais. “O pau-rosa, por exemplo, foi substituído pelo linalol sintético, originário do petróleo. Na borracha, dois terços do consumo mundial é da borracha sintética.”

Mais plantações
A solução para a agropecuária na Amazônia, segundo Homma, é aproveitar melhor o espaço que já foi desmatado plantando espécies que hoje são retiradas da floresta. Isso protegeria a mata e ao mesmo tempo evitaria o colapso econômico que poderia vir com o fim do extrativismo. “Muitas plantas da Amazônia já estão começando a ser cultivadas. Noventa por cento da do cupuaçu, por exemplo, já é plantado. Também é o caso do jaborandi. Hoje a Merck [empresa do ramo farmacêutico] tem uma plantação de 500 hectares em Barra do Corda, no Maranhão, e não compra mais jaborandi [da floresta].”

O engenheiro também afirma que parte da área que já foi derrubada deve ser reflorestada. Nos topos de morro e na beira dos rios, deveria ser devolvida a vegetação original. No restante, contudo, Homma defende a produção de árvores com valor comercial. “As pessoas não vão reflorestar por reflorestar. Um reflorestamento de eucalipto, mogno ou Teka custa R$ 2 mil por hectare. Isso tem que ter retorno”, diz.

(Por Iberê Thenório, Globo Amazônia, 10/07/2009)


desmatamento da amazônia (2116) emissões de gases-estufa (1872) emissões de co2 (1815) impactos mudança climática (1528) chuvas e inundações (1498) biocombustíveis (1416) direitos indígenas (1373) amazônia (1365) terras indígenas (1245) código florestal (1033) transgênicos (911) petrobras (908) desmatamento (906) cop/unfccc (891) etanol (891) hidrelétrica de belo monte (884) sustentabilidade (863) plano climático (836) mst (801) indústria do cigarro (752) extinção de espécies (740) hidrelétricas do rio madeira (727) celulose e papel (725) seca e estiagem (724) vazamento de petróleo (684) raposa serra do sol (683) gestão dos recursos hídricos (678) aracruz/vcp/fibria (678) silvicultura (675) impactos de hidrelétricas (673) gestão de resíduos (673) contaminação com agrotóxicos (627) educação e sustentabilidade (594) abastecimento de água (593) geração de energia (567) cvrd (563) tratamento de esgoto (561) passivos da mineração (555) política ambiental brasil (552) assentamentos reforma agrária (552) trabalho escravo (549) mata atlântica (537) biodiesel (527) conservação da biodiversidade (525) dengue (513) reservas brasileiras de petróleo (512) regularização fundiária (511) rio dos sinos (487) PAC (487) política ambiental dos eua (475) influenza gripe (472) incêndios florestais (471) plano diretor de porto alegre (466) conflito fundiário (452) cana-de-açúcar (451) agricultura familiar (447) transposição do são francisco (445) mercado de carbono (441) amianto (440) projeto orla do guaíba (436) sustentabilidade e capitalismo (429) eucalipto no pampa (427) emissões veiculares (422) zoneamento silvicultura (419) crueldade com animais (415) protocolo de kyoto (412) saúde pública (410) fontes alternativas (406) terremotos (406) agrotóxicos (398) demarcação de terras (394) segurança alimentar (388) exploração de petróleo (388) pesca industrial (388) danos ambientais (381) adaptação à mudança climática (379) passivos dos biocombustíveis (378) sacolas e embalagens plásticas (368) passivos de hidrelétricas (359) eucalipto (359)
- AmbienteJá desde 2001 -