"O presidente Lugo deve manter seu compromisso com o povo paraguaio, sustentando o decreto 1937/09 sobre agrotóxico". Assim afirma a Organização de Luta pela Terra (OLT) ante a possibilidade do decreto - que estabelece medidas adequadas para o uso de praguicidas - ser derrogado. A solicitação pela derrogação foi feita pelo Ministério de Agricultura e Pecuária, acusado de proteger as transnacionais que produzem soja transgênica.
Os argumentos das organizações sociais que pedem que o presidente Fernando Lugo cumpra com seu compromisso são muitos. O principal deles é que, com o decreto, será possível regulamentar o uso do agrotóxico que é realizado de forma indiscriminada. Estima-se que, no ano, mais de 24 milhões de litros das substâncias são despejados no solo paraguaio, gerando prejuízos ao meio ambiente e provocando a morte de crianças.
O mais agravante é que, ocupando o quarto lugar no ranking dos países que mais exportam soja transgênica, a pressão pela derrogação do decreto é crescente. "Quando os grêmios dos agroexportadores opõem-se à regulamentação do uso do agrotóxico, opõem-se à proteção da vida e posicionam-se em defesa do saqueio a que estão acostumados. Estes setores, o que contribuíram para superar a miséria? O benefício é mínimo em relação ao prejuízo, destruição da mata, contaminação da água, enfermidade da população, expulsão de camponeses e indígenas", aponta o comunicado da OLT.
Os movimentos pretendem realizar diversas atividades para chamar atenção para o problema.
(Adital, 10/07/2009)