O Brasil tem 238 espécies e subespécies de peixes e invertebrados aquáticos ameaçados de extinção. Entre elas, 41 apresentam estado mais crítico, como o marisco do junco, o ouriço do mar irregular, o cação-bico-doce e o surubim. A maioria desses animais com risco de desaparecer tem seu hábitat em regiões de Mata Atlântica e em Estados litorâneos, onde a ação do homem, principalmente com o crescimento das construções imobiliárias, interfere no ciclo natural das espécies.
A informação consta do documento Fauna Ameaçada de Extinção: Invertebrados Aquáticos e Peixes 2009, divulgado ontem pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O documento é o quarto e último de uma série lançada pelo órgão, desde 2006, trazendo informações sobre aves; mamíferos, répteis e anfíbios, insetos e outros invertebrados terrestres que podem entrar em extinção, totalizando uma lista de 632 espécies.
Segundo Lícia Leone Couto, bióloga do IBGE, a extinção dos animais está ligada à atividade humana.
– A principal causa de extinção é a destruição do hábitat natural das espécies e isso ocorre prioritariamente pela ação do homem. Por isso, o mapa aponta maior risco de extinção de animais que têm maior ocorrência em cidades costeiras, que têm grande atividade de construções imobiliárias – explicou.
A bióloga destacou como fatores que aceleram o processo de extinção a poluição das águas, a sobrepesca, a pesca esportiva e o comércio de peixes ornamentais. Lícia Leone Couto citou o caso do tubarão, cuja barbatana, altamente valorizada no mercado internacional, pode ser vendida por até US$ 1 mil o quilo.
(Zero Hora, 11/07/2009)