Projeto gaúcho do empresário Eike Batista de termelétrica em Candiota corre contra o tempo
Depende da agilidade do Ibama o investimento de US$ 1,4 bilhão previsto pela MPX Energia, do empresário Eike Batista, para Candiota, no sul do Estado. Com capacidade de geração de 600 megawatts (MW), a usina termelétrica a carvão foi alvo de um memorando de entendimentos assinado entre a MPX e o governo do Estado em fevereiro de 2008. Na época, a empresa informou que um dos diferenciais do projeto era o fato de buscar investidores entre potenciais compradores de energia, que atuam no chamado mercado livre.
Agora, a MPX quer habilitar a usina a tempo de participar do leilão de energia previsto para dezembro. O estudo de impacto ambiental, primeiro passo do licenciamento, foi entregue apenas este mês pela empresa ao Instituto de Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama). Ter a licença é exigência para participar do leilão em que concorrem usinas com entrega de energia prevista para janeiro de 2014.
Paulo Monteiro, diretor de novos negócios da MPX, explica que o Ibama – alvo de repetidas queixas pela demora na concessão de licenças ambientais – teria se comprometido a analisar o projeto em tempo hábil. Caso a energia da usina seja vendida no leilão, a construção precisa ser iniciada ainda no primeiro trimestre de 2010, explica Monteiro.
Ibama não garante concessão rápida
O Ibama informa que não é possível garantir a licença ambiental no tempo pretendido pela empresa porque depende da análise da conformidade do projeto com as exigências do órgão e de eventuais pedidos de complementação de documentos. O cronograma é considerado apertado porque a usina ainda precisa de cerca de seis meses de testes antes de começar a despachar energia. Caso venda parte da geração no leilão, a empresa assume um compromisso com prazo, passível de multa.
– Dependendo da crise, poderíamos ter adiado a usina em até dois anos. Mas o Brasil está se recuperando bem – relata Monteiro, referindo-se à perspectiva de retomada do crescimento e da demanda de energia.
(Zero Hora, 11/07/2009)