Anúncio ocorreu durante simpósio internacional sobre a doença no RJ. Cientistas poderão explorar DNA em busca de formas de prevenção
Pesquisadores encerraram o sequenciamento (leitura das "letras" químicas de DNA) do genoma do inseto Rhodnius prolixus, um dos principais vetores (transmissores) do mal de Chagas no Brasil. O feito foi anunciado pelo biólogo Pedro Lagerblad, da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), durante o Simpósio Internacional Centenário da Descoberta da Doença de Chagas. A informação é da agência de notícias da Fundação Oswaldo Cruz.
Os dados poderão ser usados, no futuro, como ferramenta para o controle do inseto e para diminuir sua capacidade de transmitir o parasita da doença, o tripanossomo. A experiência do genoma também deverá servir de base para estudar outras espécies de inseto que transmitem a doença no país.
Nova estratégia
A ONG Médicos Sem Fronteiras anunciou nesta quinta (09/07) o lançamento da campanha "Chagas: é hora de romper o silêncio", cujo objetivo é fortalecer as iniciativas contra a moléstia. O mal de Chagas é considerado um exemplo clássico das chamadas doenças negligenciadas, que afetam milhões de pessoas, principalmente fora dos países desenvolvidos, mas recebem relativamente pouco incentivo financeiro e científico para serem combatidas se comparadas a "doenças do desenvolvimento", como problemas cardíacos e câncer.
Os integrantes da Médicos Sem Fronteira querem sensibilizar governos para que eles não apenas controlem os insetos vetores da doença, mas também diagnostiquem e tratem as pessoas já infectadas. A estimativa atual é que até 15 milhões sofram com a doença, com cerca de 15 mil mortes anuais.
(G1, 10/07/2009)