O parlamento italiano aprovou nesta quinta-feira (09/07) uma controversa lei que autoriza a construção de usinas nucleares para fins pacíficos. Mais de 20 anos atrás, a população italiana havia rejeitado em um referendo o uso de energia nuclear. O governo defende o uso de energia nuclear como uma alternativa aos altos preços da energia elétrica, mas vem enfrentando oposição de grupos de centro-esquerda e ambientalistas. Segundo o ministro da Indústria, Claudio Scajola, as novas usinas nucleares vão começar a produzir eletricidade já em 2018.
Vantagens e problemas
As leis dão ao governo prazo de 6 meses para preparar as regras para viabilizar a nova fonte de energia, como determinar onde as usinas vão ser construídas, locais de armazenamento de resíduos tóxicos e indenizações para comunidades que aceitem abrigar as usinas. Mas alguns analistas dizem que o governo de Berlusconi vai ter dificuldades em conseguir financiamento e locais para instalar as novas usinas. Os custos estimados das novas usinas são de 2,5 a 3 bilhões de euros por 1000 megawatts de energia produzidos.
Boa parte da população italiana se opõe ao uso de energia nuclear e analistas dizem que, influenciados pelas eleições locais do ano que vem, políticos podem vetar a construção de usinas. Scajola disse que a Itália vai precisar de 8 a 10 novas usinas para fornecer um quarto da energia que consome. As importações de gás e petróleo correspondem a 80% do consumo energético do país. O uso de energia nuclear poderia ajudar o país a cortar emissões de carbono, diminuir as contas de eletricidade, consideradas as mais altas da Europa e garantir ao país um fornecimento seguro de energia.
A Itália desistiu de produzir energia nuclear em 1987, um ano após o acidente da usina ucraniana de Chernobyl.
(BBC Brasil / Folha Online, 10/07/2009)