O presidente da Petrobras, José Sergio Gabrielli, acredita que não há risco de encontrar poços vazios nos seis campos de exploração de petróleo na camada pré-sal, localizada abaixo do leito marinho, operados pela companhia na Bacia de Santos. "Nós temos seis áreas e estamos com todos os dados constatando as nossas informações iniciais", disse, ontem à noite, após participar do evento "Melhores e Maiores", da revista Exame.
O executivo não quis comentar o fato de um dos poços do bloco BM-S-22, na Bacia de Santos, ser seco. Nesta terça (07/07), a petroleira norte-americana Hess confirmou, em comunicado, que resultou seco o poço que vinha sendo perfurado nesse bloco, na Bacia de Santos. Trata-se do primeiro poço perfurado no pré-sal de Santos que não encontra um reservatório de petróleo. Até então 100% de todos os outros poços haviam se deparado com reservas de óleo.
Essa área é operada pela Exxon, que possui participação de 40%. Parcela igual tem a Hess Corporation, ficando o restante com a Petrobrás. "Não comentamos o que não é operado por nós", disse Gabrielli. No entanto, ele acrescentou que novos estudos devem ser feitos nessa área.
O presidente da estatal petrolífera minimizou ainda a questão da interrupção dos testes em Tupi. Na última segunda-feira (06), a Petrobras informou que foi detectado um problema técnico em um dos parafusos do equipamento que controla a pressão e vazão do poço submarino desse bloco, e por isso a companhia precisou suspender o teste de longa duração (TLD). A troca de equipamento deverá durar entre três e quatro meses, mas ainda assim o executivo não acredita que o cronograma para extração de óleo dessa área será comprometido. "É preciso fazer apenas uma substituição e ainda teremos 15 meses para os testes", disse. O início da produção comercial dessa área está previsto para o quarto trimestre de 2010.
Crédito
O executivo também se mostrou confortável em relação às necessidades de financiamento da companhia para os próximos dois anos. Gabrielli reiterou que o caixa da empresa é suficiente para arcar com os investimentos por no mínimo dois anos, podendo chegar a cinco. No cenário de pior estresse, com a cotação média do barril de petróleo a US$ 37 este ano, US$ 40 no ano que vem e US$ 45 em 2011, as receitas e as captações já feitas seriam suficientes para as necessidades da empresa para os próximos dois anos, disse ele.
Já no caso da média ficar em US$ 65, a companhia teria garantidos cinco anos de suas necessidades. Nesse período, o plano é investir US$ 174,4 bilhões, parte proveniente das receitas operacionais e outros US$ 30 bilhões de captações com terceiros. No entanto, só nos cinco primeiros meses deste ano a companhia já conseguiu mais de US$ 33 bilhões. "E, se houver novas oportunidades no mercado, podemos captar mais", afirmou Gabrielli.
(Por Ana Paula Ribeiro, Agência Estado, 08/07/2009)