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plano climático emissões de co2 cop/unfccc
2009-07-09

As principais potências econômicas do mundo não conseguiram chegar nesta quarta-feira (08/07) a um acordo para reduzir as emissões de gases causadores do efeito estufa pela metade até 2050, impondo um revés aos esforços para firmar um novo pacto climático da ONU.

As conversações entre representantes do Fórum de Grandes Economias (MEF, na sigla em inglês), formado por 17 países que são responsáveis por 80 por cento das emissões globais de gases estufa, atolaram durante a madrugada, depois de China e Índia terem se colocado contra qualquer menção a uma meta de reduções, disse à Reuters uma fonte bem informada sobre as negociações. Mas os países ricos do hemisfério norte que integram o Grupo dos Oito divulgaram um comunicado dizendo que estão comprometidos com a meta de chegar a um pacto climático ambicioso e abrangente na conferência da ONU que terá lugar em Copenhague em dezembro.

Os líderes do G8, formado por EUA, Alemanha, Japão, França, Grã-Bretanha, Itália, Canadá e Rússia, que estão fazendo uma reunião de três dias na Itália, exortaram outros países a participarem da luta contra o aquecimento global. "Pretendemos garantir nossa prosperidade presente e futura, assumindo a liderança na luta contra as mudanças climáticas", disseram em comunicado conjunto. "Exortamos outros países industrializados e economias emergentes a participar ativamente dessa luta, em coerência com o princípio das responsabilidades comuns mas diferenciadas e das respectivas capacidades", acrescentaram.

Sem dinheiro, não há acordo
Negociadores indianos disseram que não houve acordo sobre as metas de redução dos gases estufa porque os países ricos se recusaram a definir metas de médio prazo ou prometer transferências financeiras e de tecnologia. "Para que possa haver metas de longo prazo, é preciso haver metas viáveis de médio prazo, de entre 25 e 40 por cento", disse à Reuters Dinesh Patnaik, o negociador chefe da Índia que participou das negociações da terça-feira, fazendo referência a uma gama definida por um comitê de especialistas climáticos da ONU.

De acordo com um esboço de declaração do G8 à qual a Reuters teve acesso na quarta-feira, o MEF concordou que a alta da temperatura global não deve ser superior a 2 graus Celsius. "No espírito de conciliação, acordamos a meta de 2 graus", disse Patnaik. Especialistas ambientais dizem que, se essa meta for levada a sério, obrigará a adoção de cortes grandes nos gases que prendem o calor.

Os líderes do MEF devem se reunir durante a cúpula do G8 na quinta-feira (09) para rever as negociações climáticas. Muitos ativistas climáticos vêem as conversações como oportunidade de romper o impasse em torno da partilha do ônus da redução dos gases, em algo que poderia ser um pequeno modelo a ser seguido pelo tratado da ONU.

Até agora os países do G8 prometeram cortes nas emissões que totalizam entre 10 e 14 por cento abaixo dos níveis de 1990 -- muito abaixo dos "pelo menos 40 por cento" reivindicados pelos países em desenvolvimento. A discussão das mudanças climáticas é um dos principais itens na pauta da cúpula anual do G8, e os líderes das grandes potências estão ansiosos por imprimir uma ênfase positiva às negociações.

(UOL Reuters, 08/07/2009)


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