O secretário da Irrigação, Rogerio Porto, foi indiciado pela Polícia Federal (PF) no inquérito que apura tentativa de fraude nas licitações para a construção das barragens dos arroios Jaguari e Taquarembó.
Porto prestou depoimento ontem em seu gabinete, no Centro Administrativo. Segundo a PF, o secretário teria interferido para alterar termos dos editais a fim de direcionar o resultado das licitações.
Por ter foro privilegiado, Porto teve o benefício de escolher data e local para ser ouvido. Além dele, pelo menos outras cinco pessoas – entre elas a ex-secretária adjunta de Obras Públicas Rosi Bernardes – já estão indiciadas no inquérito.
A investigação surgiu com a Operação Solidária, que apura fraudes em licitações. O deputado federal Eliseu Padilha (PMDB) é apontado pela PF e pelo Ministério Público Federal (MPF) como um dos principais articuladores do esquema de tentativa de fraude nas barragens.
Diálogos gravados com autorização judicial indicam que Padilha e outros interessados no resultado referiam a suposta interferência de Porto e de Rosi no processo. Rosi teria fornecido informações privilegiadas a interessados. A parte do inquérito relacionada a Padilha tramita no Supremo Tribunal Federal.
A PF acredita ter flagrado, em 2008, tratativas em torno do direcionamento do negócio, considerado o maior investimento em recursos hídricos no Estado. Entre os interessados na execução das obras, segundo a PF, estariam Marco Camino, dono da MAC Engenharia, e Edgar Cândia, sócio da Magna Engenharia. Os dois já foram indiciados pela PF.
(Zero Hora, 09/07/2009)