Plano prevê a construção de três terminais no Porto de Itaguaí, um deles exclusivo para o pré-sal
A Petrobrás definiu Itaguaí, na região Metropolitana do Rio de Janeiro, como uma de suas bases terrestres de apoio às operações das plataformas de pré-sal da Bacia de Santos. De acordo com a assessoria de imprensa da estatal, já estão em andamento estudos de viabilidade para o projeto, que prevê a construção de terminais portuários em um terreno de 10 milhões de metros quadrados. A expectativa é de que as unidades estejam em funcionamento em 2014.
O projeto em análise avalia a construção de três terminais portuários, na região onde já existe um porto. Parte do projeto deverá ser desenvolvida junto com as siderúrgicas CSN e Gerdau, que também atuam na região. Um dos terminais servirá, exclusivamente, como centro de suprimento do pré-sal, movimentando desde mantimentos até peças de reposição das plataformas. Outro terminal será de polo de armazenamento, mistura e exportação de petróleo. Nesse caso, seria manipulado tanto o óleo do pré-sal, quando de unidades da Bacia de Campos.
A logística é um dos grandes desafios da Petrobrás na exploração do pré-sal. As longas distâncias entre as plataformas e as atuais bases terrestres dificultam o abastecimento das unidades de produção. Há, ainda, problemas com autonomia de voo dos helicópteros. O terceiro terminal ainda não tem seu uso definido, A estatal ainda não sabe se ali será movimentada resinas sólidas ou coque proveniente do Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (Comperj). A empresa não revela o quanto deverá investir nos três terminais.
O terreno de Itaguaí, com saída estratégica para a Bacia de Sepetiba e próximo ao Porto de Itaguaí, foi uma das alternativas estudadas pela estatal para abrigar o polo gasoquímico Rio Polímeros, que acabou sendo erguido ao lado da Refinaria de Duque de Caxias, na Baixada Fluminense. A imensa área encontrava-se sem utilização.
CSN e Gerdau
Por ser vizinha de terrenos da CSN e Gerdau em Itaguaí, a Petrobrás assinou memorando de entendimento para que parte do projeto seja desenvolvido em conjunto. A parceria foi uma orientação do governo do Estado. "Cada uma tinha seu projeto de terminal. Orientamos que as empresas desenvolvessem um único projeto para tudo aquilo que for comum, como canal de entrada e dragagem. Isso facilita a obtenção de licenças ambientais", afirma o secretário de Desenvolvimento do Rio, Júlio Bueno.
Pelos cálculos do secretário, somente os terminais da Petrobrás devem gerar aos cofres do Estado R$ 500 milhões de Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Prestação de Serviços (ICMS) por ano.
(Por Daniele Carvalho, O Estado de S. Paulo, 08/07/2009)