Demonstrando indignação, o senador João Pedro (PT-AM) repudiou o assassinato de cinco trabalhadores integrantes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) em Pernambuco, ocorridos na noite da segunda-feira (06/07). Os cinco foram mortos por duas pessoas em uma motocicleta, no acampamento Chico Mendes, no distrito de São Domingos, município de Brejo da Madre de Deus, no agreste de Pernambucano.
- Não só o Brasil, o mundo é surpreendido com assassinatos de homens pobres, de pessoas que lutam pela terra, pela cidadania, por justiça social - disse o senador. Não podemos aceitar que grupos armados façam justiça ou procurem a justiça pelo caminho do assassinato covarde, desta brutalidade no campo, que não é de hoje.
Na avaliação de João Pedro, mais esse massacre de trabalhadores sem terra caracteriza desrespeito não só à Justiça e às leis brasileiras, mas a toda a população do país. Ele disse esperar que a polícia de Pernambuco investigue os assassinatos e encontre os culpados, para que sejam punidos por essa covardia. João Pedro pediu que toda a sociedade brasileira atente para a importância das diversas entidades que congregam trabalhadores sem terra no Brasil, que só existem, assinalou, devido à ausência de justiça social.
- Eu estou levantando a minha voz aqui em solidariedade a esses homens, a essa categoria de trabalhadores. São os de baixo. São pobres. São homens que lutam por tão pouco, reivindicam tão pouco - um pedaço de terra - e pagam com a vida. Foi um assassinato brutal. Eu não posso calar frente a tamanha covardia - declarou.
Em apartes, os senadores Inácio Arruda (PCdoB-CE) e Marcelo Crivella (PRB-RJ) também repudiaram a chacina e solidarizaram-se com as famílias dos trabalhadores assassinados.
- O que querem esses homens e essas mulheres do povo é produzir, educar seus filhos, dar uma vida digna à população rural brasileira que quer produzir no campo - disse Inácio Arruda, lamentando o que chamou de massacre.
Marcelo Crivella disse que enviará ofícios à Procuradoria, ao Tribunal de Justiça e ao governador de Pernambuco pedindo empenho nas investigações.
- Esses cidadãos brasileiros vão para as barracas de plástico preto e ali sonham, eles e suas famílias, em ter um pedacinho de terra e viver do seu trabalho. A dificuldade que o governo encontra de assentar a todos acaba fazendo com que as invasões aconteçam. E aí, eles encontram o ódio e a truculência daqueles que não conseguem entender que seus irmãos têm direito legítimo a um espaço de terra neste país para poderem viver em paz - disse o senador.
(Agência Senado, 07/07/2009)