Um novo estudo [Urinary phthalate metabolites in relation to preterm birth in Mexico City] sugere que mulheres grávidas, expostas a um grupo de contaminantes ambientais comuns chamados ftalatos, estão mais propensas aos partos prematuros, o que pode ser um dos fatores do aumento de casos nos EUA. Os ftalatos estão presentes em muitos produtos industriais e produtos de consumo quotidiano, incluindo itens de cuidados pessoais.
Os pesquisadores, da Escola de Saúde Pública da Universidade de Michigan, constataram que as mulheres com parto prematuro têm, em média, até três vezes o nível ftalato em sua urina, quando em comparação com mulheres que entram em trabalho de parto ao final normal da gestação. Muitos pesquisadores tem demonstrado preocupação com o tema, tendo em vista que o nascimento prematuro pode ser um importante fator de risco para muitos problemas de saúde na infância, podendo, inclusive, persistir na idade adulta. Nos EUA, os nascimentos prematuros aumentaram mais de 30% desde 1981 e 18% desde 1990. Em 2004, nascimentos prematuros representaram 12,8% do total de nascimentos.
De acordo com os pesquisadores, os partos prematuros são responsáveis por um terço dos óbitos infantis nos EUA, tornando-se a principal causa de mortalidade neonatal. O nascimento prematuro pode levar a problemas de saúde crônicos, como cegueira, surdez, paralisia cerebral, baixo QI, dentre outras sequelas.
Os ftalatos são comumente utilizados em compostos plásticos, produtos de cuidados pessoais, produtos de uso doméstico (piso vinílico, carpetes, tintas, etc) e muitos outros itens de consumo e produtos industriais. A toxicidade varia mas vários estudos em animais demonstram que os ftalatos podem ser tóxicos à saúde reprodutiva e ao desenvolvimento.
De acordo com a Wikipédia “Os ftalatos são um grupo de compostos químicos derivados do ácido ftálico, tal como o cloro ftalato, utilizado como aditivo para deixar o plástico mais maleável. Tal grupo de compostos é tido como cancerígeno, podendo causar danos ao fígado, rins e pulmão, além de anormalidade no sistema reprodutivo. Dentre os ftalatos existentes, o DEHP (ftalato de di-2-etilhexila) é um dos mais difíceis de serem biodegradados. No Brasil, ainda não existem leis que regulamentem o lançamento dos ftalatos no meio ambiente. Nos EUA ainda não há uma legislação de restrição ao uso de ftalatos, e a Comunidade Européia, como medida preventiva, determinou a retirada desse componente.”
O estudo “Urinary Phthalate Metabolites in Relation to Preterm Birth in Mexico City,” foi publicado na edição online da Environmental Health Perspectivesis, doi:10.1289/ehp.0800522, está disponível para acesso integral no formato PDF. Para acessar o artigo clique aqui.
(Por Henrique Cortez, EcoDebate, com informações de Laura Bailey, da Universidade de Michigan, 08/07/2009)