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política ambiental da ue pensamento de esquerda
2009-07-08

O sucesso da lista Europa ecologia nas eleições européias na França, que envia a Estrasburgo o mesmo número de euro-deputados do PS (14), está transformando o panorama político. A parir da análise do voto e das razões do sucesso da lista ecologista, guiada por personalidades que, à primeira vista, pareciam distantes: Daniel Cohn-Bendit, Dany, o vermelho do distante 68, há anos empenhado no front europeu e europeísta, em 2005 grande defensor do “sim” ao referendum francês sobre o Tratado constitucional; José Bové, líder camponês e alteromundista, que em 2005 se posicionara pelo “não e em 99 se havia manifestado em Seattle contra a WTO, levando uma forma de queijo roquefort; Eva Joly, juíza anti-corrupção, que trabalhou na França, mas também em outros países.

E depois tantos outros, provenientes de diversos horizontes, de Jean-Paul Besset, junto a Nicolas Hulot, entre os primeiros a ter levado a sensibilidade ecológica à TV, à jovem Karima Delli, de 28 anos, membro do coletivo ‘Salvemos os ricos’, que organiza happenings de significado político (o último foi uma irrupção no Bristol, um dos hotéis mais chiques de Paris, munidos de pão e salame, para fazer ver aos ricos sentados às mesas de um restaurante caríssimo que é possível nutrir-se também com pouco dinheiro). Solicitamos a José Bové, neo-deputado em Estrasburgo, que analisasse a situação.

Il Manifesto - Como fizestes para vos por de acordo, visto que em outras frentes a divisão teve a melhor e levou a resultados dramáticos?
José Bové - A primeira idéia importante para poder avançar e transformar o futuro foi o ‘rassemblement’, o agrupamento. Esta unidade, que não era possível na esquerda da esquerda, foi realizada por nós porque havia uma visão global sobre a questão ecológica. A questão social, sua mutação em curso, de um lado, e a questão ecológica, do outro, têm a mesma importância. Mas, ocupar-se unicamente do problema social não permite, ao meu ver, que se chegue a uma resposta nova. As problemáticas da alteração climática, ao invés, bem como das questões ecológicas, da limitação dos recursos e de seu saque sistemático permitem dar corpo a uma doutrina comum.

E, a partir do momento em que existia um acordo complexivo sobre a análise proposta, o fato de que as pessoas envolvidas proviessem de percursos diferentes não representou um problema insuperável. Cada um desses percursos tem legitimidade, cada um segue seu trajeto diverso. Daniel Cohn-Bendit, empenhado há tempo em Bruxelas, Eva Joly, envolvida como juíza na luta anticorrupção, muito importante na França e em nível internacional; eu, alteromundista que se bate contra os organismos geneticamente modificados. Cada um, em seu próprio nível, contribui com sua especificidade.

Na Europa, a Ecologia obteve um ótimo resultado, mas na França a abstenção chegou perto dos 60% e foram principalmente as classes populares que não foram votar. Como tudo isso pesará sobre o futuro de vossa aliança?
Bové -
Até agora as classes populares se sentiram excluídas da Europa e, além disso, desde sempre são mais valorizadas as eleições nacionais. As instituições européias, no modo como funcionam hoje, não traduzem a questão política que está em jogo para muitos. Tanta gente tem dificuldade de entender se, votando por este ou aquele partido, algo mudará ou será transformado. É preciso produzir informação pedagógica sobre a Europa, sobre o papel do parlamento europeu. Uma das primeiras tarefas será, de fato, transformar a realidade institucional européia.

Quem votou por vocês?
Bové -
O que é claro é que tivemos o voto dos jovens. Fomos o primeiro partido votado por quem tem menos de 40 anos. No que se refere ao voto popular, a abstenção foi forte porque diz respeito aos excluídos, os quais não entendem que interesse há em ir votar. Nesta linha veremos as dinâmicas futuras, em particular aquela que se manifestará nas próximas eleições locais na França, tendo sempre presente que a questão social e a questão ecológica têm igual importância e estão interligadas.

Quais serão as vossas primeiras iniciativas?
Bové -
Entrementes, queremos criar imediatamente uma coalizão anti-Barroso em Estrasburgo, para evitar que o atual presidente da Comissão seja reeleito. A seguir, temos um calendário muito denso de julho ao outono, para construir um acordo com outras forças. Daniel Cohn-Bendit precisou, de sua parte, que “crê numa força política moderna”, que “deve estruturar-se em nível europeu.

A crise da social-democracia só a poderemos resolver formulando, contra as alternativas nacionais, alternativas européias. É aqui que faliu o Partido socialista”. Segundo Cohn-Bendit, “na Holanda, na Alemanha e na França foram penalizados todos aqueles que depois da crise continuavam a dizer as mesmas coisas que diziam antes”, conservando “o mesmo software. Creio que seja esta a grande dificuldade da social-democracia”. BNP. Com este percentual de votos o nazista Britisch National Party conseguiu obter pela primeira vez duas cadeiras no Parlamento Europeu. Agora está à caça de alianças e recursos da UE.

(Por Anna Maria Merlo, com tradução de Benno Dischinger, Il Manifesto / IHUnisinos, 24/06/2009)


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