Ambientalistas do Greenpeace se vestiram de ursos polares em Roma para pedir aos líderes do G8 (grupo dos sete países mais industrializados e a Rússia), que se reúnem nesta semana na Itália, medidas concretas de combate ao aquecimento global. O Greenpeace alerta para o derretimento das calotas polares, que se acentua no verão. De acordo com a organização, por volta de 2030 as calotas podem desaparecer completamente, o que, entre outros fatores, obrigaria os ursos polares a migrarem, pois não teriam mais seu habitat natural. "A redução dos gelos árticos é a principal causa de perda de habitat natural do urso polar, agora em risco de extinção por conta do aquecimento global" explica Francesco Tedesco, responsável pela campanha Energia e Clima do Greenpeace.
De acordo com o ativista, se a temperatura do planeta aumentar mais que dois graus centígrados, entre 20% e 30% das espécies correrão risco de extinção. Hoje a ciência nos informa que o planeta está caminhando em direção a um aumento de seis graus até 2100 - alerta Tedesco. Como ressalta o Greenpeace, a extinção em massa das espécies vivas é só um dos efeitos apontados pela comunidade científica internacional das mudanças climáticas. - Se continuar assim, no futuro não seremos invadidos por ursos polares sem-teto de mentira, mas por milhões de refugiados ambientais - prevê o manifestante.
Nesta perspectiva, Tedesco criticou também a Itália, que preside temporariamente o G8. - O governo italiano está demonstrando não ter entendido de verdade a dramaticidade da crise climática em curso, que colocará em risco o futuro de milhões de pessoas - afirma. Segundo o ativista, hoje em dia "as mortes no mundo por conta das mudanças climáticas são cerca de 300 mil por ano e os refugiados ambientais podem subir a 700 milhões até 2050".
Os protestos em Roma acontecem dois dias antes do início da Cúpula de líderes do G8, que será realizada entre quarta (07/07) e sexta-feira (10/07) desta semana. Para os trabalhos do grupo dos países ricos também foram convidados os líderes dos emergentes Brasil, África do Sul, China, Índia, México e Egito.
(JB Online / AmbienteBrasil, 07/07/2009)