Em todos os continentes, os danos gerados pela mineração a céu aberto expõem a cumplicidade entre os governos e as transnacionais que não levam em conta a opinião dos povos, quem são os que mais sofrem com os efeitos negativos desta prática. Com um amplo mercado na área, as empresas canadenses são as mais frequentes nos países. Para chamar a atenção do problema, organizações convocam para a Jornada de Ação Contra a Mineração a Céu Aberto, que acontecerá no próximo dia 22.
A proposta é que organizações, entidades ou movimentos elaborem as atividades em seus respectivos países demandando territórios livres da mineração em frente às embaixadas canadenses. "Toda mineração a céu aberto utiliza uma técnica que implica na destruição e no esgotamento dos ecossistemas do planeta. A eliminação da camada florestal, a destruição dos solos, a contaminação das águas superficiais e freáticas, a divisão nas comunidades, o suborno de funcionários, a ameaça, a chantagem e a violação de leis e direitos formam parte das ações rotineiras com as quais se desenvolvem a mineração a céu aberto em muitas partes do mundo", afirma a convocatória.
No México, por exemplo, a situação é muito delicada. De acordo com a convocatória, a maior parte das concessões mineiras outorgadas no México para empresas estrangeiras pertence ao Canadá. Até 2007, o governo do México outorgou 438 concessões mineiras em todo o país, a maioria a empresas canadenses. Todo o processo, todavia, ocorre sem que a população seja consultada.
Para América Latina e em outros continentes o mesmo destino: projetos de minas canadenses estão instalados no Peru, Chile, Argentina, Bolívia, Guatemala, Brasil, Panamá, Honduras, Colômbia, Equador, El Salvador, Filipinas, Suriname. Na África: Gana, Congo, Tanzânia, Sudão, Zâmbia. "É por isso que convocamos mobilizações pacíficas nas embaixadas canadenses de todo o mundo, mostrando o repúdio a este tipo de mineração que só deixa desolação, pobreza e morte para nossos povos em troca de enriquecer uns poucos, sendo o Canadá o principal promotor desta atividade depredadora", afirmam.
(Adital, 06/07/2009)