As pesquisas na região de Abrolhos trouxeram novidades também para os oceanógrafos físicos. Na área, eles identificaram dois grandes vórtices, um tipo de redemoinho de água que gira, neste caso, no sentido anti-horário. "Eles têm até 120 metros de diâmetro", diz Ilson Silveira, cientista da USP, que analisou os dados com Rafael Soutelino. A hipótese mais provável, diz Silveira, é que esses vórtices sejam praticamente perenes na costa brasileira. "Em todos os cinco cruzeiros que foram feitos na região de Abrolhos entre 2002 e 2007 essas estruturas estavam lá", diz o pesquisador.
Apesar de a medida vertical dos redemoinhos ser variável, eles podem ultrapassar os 200 metros de profundidade. "Isso ainda é relativamente raso", diz. Esses fenômenos físicos têm muita importância para a região. Eles ajudam na dispersão das larvas de vários grupos animais, mas também podem contribuir para poluir rapidamente Abrolhos, em um eventual vazamento de petróleo, por exemplo.
(Por Eduardo Geraque, Folha de S. Paulo, 05/07/2009)