Assembleia gaúcha está engajada na elaboração de uma agenda de trabalho para tratar das questões que envolvem o endividamento agrícola no RS, com ações previstas nos âmbitos estadual e federal. O tema foi debatido durante audiência pública nesta quinta-feira (2) requerida pelo deputado Jerônimo Goergen (PP) na Comissão de Agricultura, Pecuária e Cooperativismo da AL-RS. A audiência teve o objetivo de aprofundar as discussões sobre como está a real situação do setor produtivo gaúcho em relação à realidade do mercado, os efeitos provocados pela estiagem e os custos de produção. Jerônimo Goergen entende que até o momento a disponibilização de verbas do governo Federal tanto para municípios atingidos pela estiagem, como para produtores rurais é muito aquém das necessidades hoje agravadas pela seca e crise mundial:
O setor produtivo não está satisfeito com os recentes anúncios do governo Federal sobre liberação de verbas emergenciais, que na verdade não contemplam a questão dos endividamentos já contratados.
Representantes do setor orizícola gaúcho levaram aos parlamentares uma relação de dificuldades enfrentadas, apontando pleitos imediatos que são necessários para alavancar a produtividade com recuperação de renda. O presidente da Federarroz, Renato Rocha, apresentou extenso relatório sobre a realidade vivida pelo produtor no RS, frente a dificuldade de remuneração adequada para o grão e demais demandas. De acordo com Rocha, o setor chega a ter um endividamento superior a 4 bilhões de reais, referente a compromissos com financiamentos contratados e prejuízos com a diferença do custo de produção e o preço de mercado: “precisamos uma política agrícola estável que garanta renda e sustentabilidade ao produtor. o setor orizícola por exemplo representa 62% da produção nacional, 50% do MERCOSUL e 76% do arroz irrigado do Brasil com 18 mil produtores. não podemos perder mais”, avalia Rocha.
O Coordenador da Frenteagro da AL-RS destaca a importância dos debates levantados na audiência pública: “estamos preocupados com o endividamento agrícola no RS como um todo. além das perdas drásticas com a estiagem, a variação cambial, redução dos preços pagos aos produtos agrícolas e elevação do custo de produção fizeram com que o resultado de cada safra fosse prejudicada. estamos fazendo nossa parte no parlamento, porém queremos que o governo Federal também faça a sua, tratando o Estado com o respeito que merece”, diz Jerônimo.
Foi encaminhada ainda a criação de força tarefa, incluindo produtores e parlamentares gaúchos estaduais e federais para tratar em Brasília dos aspectos levantados junto aos órgãos competentes. O tema será analisado na próxima semana em reunião na Comissão de Agricultura da AL-RS.
(Por Alexandre Farina, AL-RS, 02/07/2009)