Depois de trocar o nome da Fepam por Febem, Berfran Rosado tentou defender a sustentabilidade dizendo que "dá para ter pinus, acácia, gado na Reserva Legal"
O deputado licenciado Berfran Rosado (PPS), atual secretário estadual do meio ambiente demonstrou pouca familiaridade com a área que é responsável no Rio Grande do Sul. Chegou até a trocar o nome da Fepam, por Febem, em suas palavras iniciais da palestra ministrada na reunião-almoço “Tá na Mesa”, da Federasul, realizada nesta quarta-feira (01/07). Com um discurso em favor da sustentabilidade, explicou para os empresários que os recursos do planeta são limitados, que a secretaria é nova, que a legislação é muito recente, que é preciso um alinhamento para reajustar o comportamento, que o desafio é trabalhar a educação ambiental etc.
Mas logo depois dessa introdução, Berfran deixou muito clara sua posição sobre as alterações na legislação ambiental. “Dá para ter pinus, acácia, gado na Reserva Legal”, declarou aos presentes. Disse que o ministro do Meio Ambiente Carlos Minc também concorda com o aproveitamento da RL, “mas em propriedades até 100 hectares”. “Nosso ponto de vista é que isso deve ser para todas propriedades,” salientando que não dá para ter discriminação entre os grandes e pequenos.
Pela primeira vez, a secretaria contará com um orçamento de 64 milhões de reais, informou. Ainda se gabou da realização de concursos e da vinda de novos servidores, mas não disse quando os concursados tomarão posse. Ainda anunciou a criação de uma Rede de Sustentabilidade Ambiental, “com a participação de mais de 20 universidades” e de um Observatório Ambiental, onde seriam disponibilizadas as informações sobre o meio ambiente do Estado, porém sequer mencionou o papel do Conselho Estadual do Meio Ambiente (Consema). Não disse como executaria seus planos, pelo menos até abril do ano que vem, quando deverá sair para se candidatar novamente a uma vaga no parlamento. Antes de assumir a pasta, ele cumpria o terceiro mandato como deputado na Assembléia Legislativa gaúcha.
O secretário ainda quer criar o Programa de Educação Compartilhada (PEAC) para “promover a formação de agentes preservacionistas e orientar a execução de projetos socioambientais”, conforme sua apresentação em Power Point. Os parceiros para essa iniciativa seriam Gerdau, Borrachas Vipal, Aracruz, Votorantim, GM, Copesul/Braskem, que entrariam com a verba para a realização.
E ao ser indagado se o governo não reconhece a Reserva Legal e as Áreas de Preservação Ambiental como prestadoras de serviços ambientais, o secretário respondeu que no futuro, quando se avançar na questão ambiental, os produtores poderão ser remunerados.
Saiba mais sobre a posição do secretário aqui.
(Por Silvia Marcuzzo, Ecoagência, 01/07/2009)