Santander tem 50 milhões para financiar projetos; Bradesco avança em parceria
Os principais bancos do Brasil prestam cada vez mais atenção aos créditos de carbono, certificados emitidos por projetos que reduzem a emissão de gases do efeito estufa, responsável pelo aquecimento global. O Santander anunciou nesta quarta (01/07) o lançamento de linha de 50 milhões para a compra de CER (sigla em inglês para Redução Certificada de Emissões) no Brasil, no Chile e no México. Cada crédito equivale a uma tonelada de CO2.
A linha funciona desta forma, relata o superintendente Maurik Jehee: o Santander compra os CERs, financiando os projetos que vão resultar nos créditos de carbono. Depois os revende para empresas europeias, que podem usar os certificados para compor as metas de redução de emissões de gases poluentes. As companhias têm compromissos individuais, estabelecidos segundo a meta geral de cada país definida pelo Protocolo de Kyoto.
A atuação em créditos de carbono integra a estratégia do Santander na área de financiamentos para sustentabilidade, diz Julio Bin, superintendente de desenvolvimento da área. O Bradesco, por sua vez, desde abril tem uma linha para financiar projetos de MDL (Mecanismo de Desenvolvimento Limpo), que respeitam critérios estabelecidos pelas Nações Unidas, relata José Ramos Rocha Neto, superintendente-executivo da área de empréstimos e financiamentos.
O banco e o grupo japonês Mitsubishi UFJ anunciaram, há pouco mais de dois meses, parceria que inclui a comercialização de créditos de carbono. A Key Associados responde pela avaliação técnica dos projetos. Ao todo, o Bradesco dispõe de 34 produtos, que chegam a R$ 2,14 bilhões disponíveis para questões socioambientais.
O Itaú Unibanco e o Banco do Brasil também contam com projetos relacionados a créditos de carbono. As duas instituições participaram dos leilões que a Prefeitura de São Paulo promoveu para a venda de CERs gerados por projetos de transformação de gás em energia nos aterros sanitários do município. Dos 1.699 projetos de MDL registrados na ONU, 159 estão no Brasil, que fica atrás apenas da China e da Índia. Nos últimos 12 meses, a cotação do CER variou de 7,39 a 23,88, de acordo com o Santander.
(Por Gitânio Fortes, Folha de S. Paulo, 02/07/2009)