Está no Mato Grosso do Sul, como representante direto e de escalão ministerial do presidente Lula, o general Jorge Armando Félix, ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional, o antigo Gabinete Militar. Foi enviado para tratar da delicada questão indígena naquele estado. O general Félix é um homem amável e atencioso que está ao lado do presidente desde 2003. É de inteira confiança do presidente Lula. Em 2004 esteve com os índios Cintas-Largas, como se pudesse resolver aquela questão, mas logo desistiu.
O que estará fazendo o general? Disse que veio para pacificar a relação entre índios e brancos. Será um novo Rondon? Até agora ele se encontrou com o governador André Pucinelli, que ontem (29/06) declarou que não vai aceitar desapropriações de terras de fazendeiros para demarcá-las em favor dos índios. Esteve hoje de manhã na Assembleia Legislativa conversando com deputados que em sua grande maioria apoia os fazendeiros. E esteve ontem com alguns representantes indígenas, de quem teria ouvido suas reivindicações e reclamos e teria-lhes pedido para enviá-las em documento para ele entregar ao presidente Lula.
E o ministro Tarso Genro, está sabendo dessa interferência?
O que o general Félix, com toda sua habilidade, poderá resolver?
O fato precedente é que, na semana passada, o governador Pucinelli e alguns deputados estiveram no Ministério da Justiça, mas não com o ministro Tarso, onde ouviu de um assessor que prosseguirá o processo de demarcação de terras no Mato Grosso do Sul, embora seguindo as orientações do STF, no sentido de ter a participação direta dos entes federativos, isto é, do governo do Estado e das prefeituras pertinentes. Tudo indica que o governador não gostou dessa informação, não passou recibo, mas ontem fez essa declaração um tanto petulante.
A situação é de tensão recalcada por todos os lados. Mas o que o general Félix tem a ver com isso tudo?
(Blog do Mércio, 30/06/2009)