Em São Paulo, médicos recém-formados e alunos de medicina ganharam a ajuda de um aparelho de última geração para treinar procedimentos cirúrgicos. Será possível fazer treinamentos, desde técnicas de ressuscitação até cirurgias mais complexas. Por causa do custo, esses aparelhos só eram encontrados em hospitais particulares de grande porte. Agora, chegam à Santa Casa de São Paulo e vão beneficiar pacientes da rede pública. No monitor, os sinais vitais do paciente apontam uma emergência: “Uma parada cardíaca. Preciso que vocês se posicionem para tratar dessa criança”, explica o médico. O boneco reage de acordo com as intervenções dos médicos. “Com exame clínico e esse monitor vocês sabem exatamente o que está acontecendo com a criança”, completa o professor.
Os equipamentos treinam os médicos que se veem diante de desafios muito parecidos com os que fazem parte do dia a dia de um hospital. Os aparelhos conseguem reproduzir de maneira muito fiel as situações que serão enfrentadas futuramente. Em um, por exemplo, o residente pode fazer uma cirurgia virtual, mas as sensações que ele vai ter são de uma operação real. “A sensação é de extremo realismo. Você sente quando uma pinça bate na outra, quando a máquina te dá uma resistência na mão”, diz o residente César Augusto Juliano.
Sem risco
Aqui, o erro não oferece risco. “Ele demonstrou que estava com sangramento grave e entrou em choque. Felizmente era uma simulação. Não houve risco para ninguém”, mostra o coordenador do centro de ensino, Dércio de Campos. Quando a técnica é menos invasiva para o paciente, exige mais habilidade. Os mais experientes garantem: essas horas diante da máquina trazem mais segurança.
“Antes o instrutor pegava na mão do residente para explicar-lhe como eram os movimentos no aparelho e fazia o procedimento junto. Desse modo, o residente têm condições de chegar mais tranquilos para fazer uma endoscopia no doente”, diz Dércio de Campos. Hoje, para poder treinar, os médicos usam animais. Um tipo de prática que é cada vez mais condenada no mundo inteiro. Por isso, equipamentos como esse da Santa Casa se tornam cada vez mais importantes. As máquinas também são capazes de transmitir sensações táteis. Ou seja, o médico sente como se estivesse tocando um paciente.
(Gazeta do Sul / ANDA, 01/07/2009)