O governo peruano deu sinal verde à petrolífera anglo-francesa Perenco para explorar petróleo na Amazônia. A permissão foi dada 13 dias depois da morte de mais de 30 peruanos durante os protestos indígenas contra a exploração da floresta. Estima-se que o local onde o projeto está instalado, área habitada por povos indígenas isolados, possui a maior quantidade de petróleo no Peru nos últimos 30 anos. A empresa negou que indígenas isolados vivam na região.
Altos cargos do governo peruano esperam que o projeto transforme a economia do país. Enquanto os protestos indígenas aconteciam, no mês passado, o presidente da Perenco, François Perrodo, reuniu-se com o presidente do Peru, Alan García, e prometeu investimentos de 2 milhões de dólares no projeto. Perenco pretende construir novas plataformas e poços que implicariam o transporte por helicóptero de, entre outras coisas, 42 mil sacos de cimento. A empresa admite que "a contaminação do solo", a "contaminação da água" e a fuga de animais podem ser consequências de seu trabalho.
Segundo a organização social Survival, o mais sério é a ameaça aos índios que vivem na região. "Eles enfrentam um risco muito real de contágio de doenças que não possuem imunidade", diz. A Survival declara que "qualquer um que esperasse que a violência ocorrida nas semanas passadas pudesse fazer com que o governo peruano atuasse com mais sensibilidade em relação aos povos indígenas da Amazônia estará completamente consternado com essa notícia. O governo está tentando oferecer uma imagem mais cordial ao público, mas no que diz respeito às empresas petrolíferas, parece ser, como de costume, negócios".
(Adital / Amazonia.org.br, 01/07/2009)