Com apenas cinco meses de prazo até a data de assinatura de um novo pacto global sobre a mudança climática, nenhum dos países do G8, grupo que reúne as sete maiores economias industriais do mundo e a Rússia, está fazendo suficiente para conter o efeito estufa. E o que menos vem atuando nesse sentido é o Canadá, diz estudo divulgado nesta quarta-feira (01/07).
Os "Boletins de Clima do G8", compilados pelo grupo ambientalista WWF, diz que até mesmo os membros mais verdes do clube dos países ricos - Alemanha, Reino Unido e França - não estão no caminho certo para evitar que o "limiar do perigo" da elevação da temperatura média terrestre seja cruzado. Acredita-se que os piores efeitos do aquecimento global poderão ser evitados se as temperaturas não subirem mais de 2º C acima dos níveis pré-industriais.
Os líderes do G8 reúnem-se na Itália na próxima semana para discutir a crise financeira mundial e a mudança climática, a esperança de obter progressos rumo a um novo pacto global, que deve ser assinado em Copenhague em dezembro, e que substituirá o Protocolo de Kyoto, firmado em 1997. "Embora possa haver uma possibilidade de bancar o sistema financeiro, não haverá dinheiro para salvar o planeta depois que a mudança climática ultrapassar o limiar do perigo", disse o líder do WWF, James Leape, no prefácio da avaliação.
O boletim anual do G8 deu destaque negativo ao Canadá, dizendo que o governo conservador do primeiro-ministro Stephen Harper não implementou um plano para reduzir as emissões de gases causadores do efeito estufa, que no Canadá já estão entre as maiores per capita do mundo, e aumentando. O Canadá sequer está perto de cumprir os compromissos assumidos sob o Protocolo de Kyoto, diz a ONG.
(Estadao.com.br, 02/07/2009)