Grafiteiros defendem que escolas de Caxias sejam o foco do trabalho de conscientização Caxias do Sul – A campanha da prefeitura que incentiva as pessoas a denunciarem crimes contra o patrimônio por meio do Disque Vandalismo está nas ruas há apenas uma semana. Porém, já repercute entre os profissionais que trabalham com o grafite, arte muitas vezes confundida com a pichação.
Para o grafiteiro e fundador da entidade Arte Muro Hip Hop, Diego Rodrigues, 25 anos, o trabalho deve atingir principalmente as escolas.
– Somos parceiros da prefeitura, queremos apresentar o grafite para os estudantes como uma nova oportunidade para os que praticam a pichação – explica Dygo, como é conhecido.
Ele diz que Caxias possui pelo menos um grupo bem organizado de pichadores, com integrantes espalhados pela maior parte dos bairros. Ele informa que, inclusive, os pichadores têm se esforçado para deixar sua marca em locais de difícil acesso, como no alto dos prédios, por exemplo. O grafiteiro acredita que, além da conscientização, punições mais duras devem ser aplicadas em quem pratica a infração:
– Enquanto não houver uma punição correta, esse pessoal vai continuar pichando. Cada mês a situação está piorando mais.
Dygo e o grafiteiro Henrique Hardt Padilha, o HP, 19, estão juntos em um projeto que pretende grafitar os muros de Caxias que estão pichados. A ideia é transformar vandalismo em arte. HP entende que o grafite pode ser um caminho viável para quem pratica o vandalismo e reforça a importância do trabalho feito em escolas.
– Muitos grafiteiros já foram pichadores, acho que podemos trabalhar com a conscientização. Hoje, o pessoal das escolas começa pintando as paredes com canetão, mas isso pode evoluir para a pichação – afirma ele, aluno do ensino médio da Escola João Triches.
O secretário municipal de Segurança Pública e Proteção Social, Roberto Louzada, informa que o próximo passo do projeto é justamente levar o trabalho às instituições de ensino. Segundo ele, isso será feito por meio das Comissões Internas de Prevenção de Acidentes e Violência Escolar (Cipaves).
– As comissões das escolas municipais devem dar destaque para a questão do vandalismo e da pichação. Apostamos na educação e conscientização aliadas à mobilização da comunidade – diz o secretário.
(Pioneiro, 30/06/2009)