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revolução energética fontes alternativas pobreza e fome no mundo
2009-06-30

Enquanto o Norte industrial se propõe a mudar o predomínio de sua matriz energética de fontes emissoras de carbono para outras mais limpas, 1,6 bilhão de pessoas carecem de eletricidade e 2,4 bilhões cozinham e aquecem seus lares com lenha e esterco. “Mais de 1,6 milhão de pessoas morrem por ano pelo uso em espaços fechados de biomassa para cozinhar e calefação”, disse o diretor-geral da Organização das Nações Unidas para o Desenvolvimento Industrial (Onudi), Kandeh Yumkella. Esta advertência foi feita na presença dos mais de 600 participantes, de 80 países, na Conferência Internacional de Energia, que aconteceu na semana passada em Viena e concluiu com a recomendação de elaborar um plano para acabar com a “pobreza energética” até 2030.

Milhões de mulheres e crianças de muitos países do mundo precisam gastar várias horas por dia na busca de lenha, presos em um círculo vicioso de desmatamento que aumenta a erosão e reduz a fertilidade de suas terras. “A energia interage com todos os desafios de desenvolvimento que enfrentamos”, disse Yumkella. O mundo em desenvolvimento, em especial aqueles que carecem de eletricidade, devem lançar uma revolução energética verde, afirmou. “Não podemos deixar ninguém de fora. Precisamos de justiça climática e justiça energética”, ressaltou à IPS.

A energia é um dos principais temas, se não o principal, da agenda de negociações para a Conferência das Partes das Nações Unidas sobre Mudança Climática, que acontecerá em dezembro em Copenhague. Mas o acesso à energia não está na agenda. A energia é essencial para conseguir o desenvolvimento econômico e é chave para o êxito dos Objetivos de Desenvolvimento do Milênio da ONU, segundo o diretor da Onudi. “A qualidade de vida de um país é diretamente proporcional à quantidade de energia de que dispõe e à eficiência com que a usa”, disse Albert Binger, diretor do Centro para o Meio Ambiente e o Desenvolvimento, da Universidade de Índias Ocidentais e assessor da Aliança de Pequenos Estados Insulares.

Estas nações contribuíram com menos de 0,05% do total de emissões mundiais de dióxido de carbono, mas são as mais afetadas pelas consequências do aquecimento do planeta que este e outros gases causadores do efeito estufa originam. “Não queremos ser refugiados”, disse Binger na conferência. “Eduquem a população de seus países sobre o perigo que enfrentamos”, acrescentou. A produção de petróleo e gás natural diminui em muitos países fora do bloco de exportadores (Opep), o que aumenta a volatilidade dos preços, disse Rajendra Pachauri, presidente do Painel Intergovernamental sobre Mudança Climática.

À margem da preocupação pela mudança climática, estas notícias são muito ruins para os países em desenvolvimento que dependem das importações de petróleo. Se o barril de se mantiver ao redor dos US$ 100 por muito mais tempo, algumas economias entrarão em colapso. Mas, manter a matriz energética habitual elevará a dependência dos combustíveis fósseis e conduzirá a crises climática, alimentar e energética, acabando com muitos Estados, disse Pachauri à IPS. As fontes renováveis de energia “podem evitar isso. Necessitamos uma grande revolução no setor da energia”, acrescentou.

Mas, quem financiará, num momento em que muitos países pobres vivem o dia? Os pequenos Estados insulares do Caribe e do Pacífico estão bloqueados em mecanismos de sobrevivência de curto prazo, que dependem da importação de combustíveis fósseis que, ao mesmo tempo, prolongam sua pobreza, disse Sudan McDade, do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud). O navio petroleiro chega um dia ao porto e parte no seguinte carregando muito dinheiro que não poderá ser investido em projetos de longo prazo, disse McDade na conferência de Viena.

“Estas nações têm muitos recursos solares e eólicos, mas não podem fazer os investimentos necessários” para aproveitar essas fontes de energia, lamentou a especialista. Já houve muitos projetos-piloto de energia limpa, mas não houve financiamento para ampliar seu alcance. “Por que não equilibramos a ajuda que lhes é dada para comprar petróleo e liberamos o capital que precisam para investir em energia verde?”, perguntou McDade.

Um terço da população mundial carece de acesso a modernas modalidades de energia, o que sobrecarrega tanto os pobres como o meio ambiente, afirmou, por sua vez, Irene Freudenschuss-Reichl, diretora-geral da governamental Corporação Austríaca par ao Desenvolvimento. É preciso estabelecer metas energéticas para complementar os Objetivos de Desenvolvimento do Milênio. A primeira deveria ser o desenvolvimento de um plano de 20 anos para conseguir em 2030 o acesso universal à energia, afirmou Freudenschuss-Reichl.

(Por Stephen Leahy, IPS / CarbonoBrasil, 29/06/2009)


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