“Vamos deixar a Funasa melhor do que a encontramos”, disse um líder dos indígenas que ocupavam a sede da Fundação Nacional de Saúde – Funasa, em Manaus, no momento em que a maioria se preparava para deixar o prédio. Em reunião em Brasília, na terça-feira, 23/06, representantes dos indígenas, da Funasa, Funai e da Secretaria de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável do Estado do Amazonas, chegaram a um acordo para a desocupação do órgão.
Parte das reivindicações dos indígenas foi atendida. Eles queriam a substituição do coordenador regional da Funasa Pedro Paulo de Siqueira Coutinho; da coordenadora substituta Sílvia Evangelista Pimenta, e do chefe do Distrito Sanitário Especial Indígena – Dsei Manaus, Radamésio Velasques de Abreu. De acordo com nota divulgada pela Funasa, todos foram exonerados.
A funcionária Cecimar Amaral vai responder interinamente pela coordenação regional do Amazonas e pela administração do Dsei de Manaus enquanto um grupo de trabalho analisa o perfil que melhor atende aos interesses dos indígenas e da direção da Funasa. O grupo reúne-se hoje, 24, e amanhã. 25/06, durante seminário sobre saúde indígena que acontece num dos auditórios do Hotel Da Vinci, em Manaus.
A ocupação aconteceu no último dia 6 mais de 500 indígenas de 13 diferentes povos, vindos de várias regiões do Amazonas, iniciaram protesto contra o descaso com a saúde indígena. Em todos os municípios, segundo relatos de várias lideranças, os indígenas adoecem e morrem sem atendimento. Na maioria das vezes, dizem eles, faltam medicamentos, combustível para transporte de doentes e profissionais, dentre inúmeras deficiências.
Nos últimos dias, a situação ficou tensa no local. Os indígenas reagiram indignados quando foram informados da existência de um mandado de reintegração de posse expedido pela 1º Vara da Justiça Federal. “Nessa hora não tem justiça para resolver o problema dos índios”, disse Sebastião Kokama. O acordo entre o coordenador da Coiab, Jecinaldo Barbosa (Sateré Mawé) e os presidentes da Funasa, Danilo Forte, da Funai, Márcio Meira; e da secretária de Estado do Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável do Amazonas, Nádia Ferreira, favoreceu um entendimento para saída dos ocupantes sem ação policial, disse Sebastião Kokama.
(Cimi, 24/06/2009)