Uma década depois de se associar à Petrobras no Brasil, a Chevron começou a produzir petróleo no campo de Frade, na bacia de Campos, no sábado (20/06). A Petrobras é sócia com 30%, sendo parceira ainda as japonesas Inpex e Sojitz, com 18,26% de participação. A expectativa da americana é atingir 15 mil barris diários nos próximos dias, alcançando a capacidade total de 100 mil barris por dia em 2010. O presidente da Chevron no Brasil, George Buck, disse que a empresa deverá investir US$ 5 bilhões nos próximos 10 anos. Além de Frade, onde investiu US$ 3 bilhões, a Chevron tem participações nos campos de Papa-Terra e de Maromba, operados pela Petrobras na Bacia de Campos, e de Oliva e Atlanta, operados pela Shell, na Bacia de Santos.
O executivo afirmou que não há definição sobre o destino do óleo retirado de Frade, mas ponderou que não está descartado o processamento nos Estados Unidos, uma vez que a refinaria da empresa mais próxima do Brasil fica no Texas. "Ainda não fechamos os contratos (de venda de óleo)." Para o executivo, a venda do óleo para a Petrobras depende da capacidade da estatal em processar o óleo mais pesado de Frade, de 22 graus na escala da American Petroleum Institute (API). "Não tem nada a ver com a Petrobras. Depende das refinarias."
Com Frade, a Chevron torna-se a estrangeira com a maior produção de petróleo no Brasil. A Shell alcançará os 100 mil barris por dia nos campos de Abalone, Ostra e Argonauta (bacia de Campos) no próximo ano, seguida pela StatoilHydro que começará a produzir petróleo no campo de Peregrino em 2010, chegando a 100 mil barris em 2011.
Buck evitou comentar o novo marco regulatório, em discussão no governo, para a exploração dos recursos da camada pré-sal, mas indicou que a simples troca do atual modelo de concessões não configuraria impedimento para a continuação das atividades de exploração e produção da empresa no Brasil. Na visão do executivo, os investimentos dependem da combinação do modelo regulatório com os projetos que forem desenvolvidos.
(Por Rafael Rosas, Valor Econômico, 24/06/2009)