Porto Alegre - Violência, miséria e desemprego. Para Ivonete Gonçalves, do Centro de Estudos e Pesquisas para o Desenvolvimento do Extremos Sul da Bahia (CEPEDES), estes são os resultados à longo prazo da produção de celulose. Para a pesquisadora, o plantio de eucaliptos iniciado nos anos 80 não trouxe desenvolvimento social para a região sul da Bahia.
“Hoje nós temos cinco empresas que plantam eucaliptos nesta região, inclusive a Stora Enso. Nós não temos menos do que 700 mil hectares de eucaliptos plantados. E que tem nos causados muitos problemas. Problemas ambientais, como o secamento dos recursos hidrícos, hoje já esta bem escasso, já temos algumas comunidades com dificuldade de água, por exemplo. E a água que esta sobrando é uma água que esta envenenada porque nestas plantações de eucalipto se joga muito veneno” denuncia.
Desde o ano passado, mais de mil trabalhadores diretos ou indiretos foram demitidos pela Veracel na região. Para Gonçalves, as empresas recebem privilégios e apoio dos governos, mas não trazem melhorias reais para a população.
“Quanto mais se planta eucalipto, mas a população é pobre. Agente diz que Eunápolis, região que fica a Veracel, de propriedade da Stora Enso e a Aracruz, é considerada uma cidade rica com povo pobre. Que só as empresas são ricas, porque o PIB aumenta, mas a qualidade de vida da população vai cada dia baixando, vai a cada dia ficando pior. Violência crescendo Prostituição crescendo, mais pobreza. Então este modelo efetivamente não funciona”, enfatiza.
O Cepedes exige uma moratória do plantio de eucalipto nas terras da região e que não seja concedido o licenciamento ambiental para ampliação da fábrica da Veracel.
(Por Luciano Cruz, Radio Mundo Real / Agencia Chasque, 23/06/2009)