A Sociedade para a Conservação das Baleias e Golfinhos (WDCS) acusou terça (23/06) a Dinamarca de apresentar novos dados para confundir a 61ª reunião da Comissão Baleeira Internacional (CBI), com o objetivo de capturar 10 baleias corcundas por ano na Groelândia. A Dinamarca justifica a sua pretensão para garantir subsistência às populações aborígenes (Aboriginal Subsistence Whaling – ASW), alegando que a atual cota é insuficiente para as necessidades daqueles grupos nativos. As capturas seriam por um período de cinco anos, na costa oeste da Groelândia.
Segundo a WDSC, caso este pedido, cujos dados de suporte foram apresentados à última hora, seja aprovado, “seria a primeira vez em décadas que as baleias corcundas, totalmente protegidas, seriam caçadas na Europa”. A organização ecologista defende que a posição da Europa em bloco é “crucial” e manifesta a sua preocupação por os delegados apoiantes da conservação das baleias participantes na reunião na ilha da Madeira “continuarem indecisos e poderem acabar caindo na armadilha”. Realça ainda que a Groelândia nunca esgotou as cotas de caça da baleia minke, existentes desde 1991, e tem diminuído a quantidade capturada desta espécie a cada ano.
Esta é a segunda tentativa das autoridades dinamarquesas para conseguir uma cota de captura da baleia corcunda, cuja caça comercial está proibida desde 1986 , tendo o primeiro pedido sido apresentado em 2008. O pedido da Dinamarca é uma das questões que está em debate na sessão de terça da 61ª reunião plenária da Comissão Baleeira Internacional que reúne no Funchal algumas centenas de participantes em representação de 85 países.
(Expresso / Anda, 23/06/2009)