Instituída em maio, a rede tem por finalidade contribuir para as estratégias de conservação e uso sustentável da região, ampliar o conhecimento e desenvolver o aproveitamento biotecnológico e de uso sustentável da biodiversidade e demais recursos naturais
O secretário de Políticas e Programas de Pesquisa e Desenvolvimento do Ministério da Ciência e Tecnologia (MCT), Luiz Antonio Barreto de Castro, defendeu nesta segunda-feira (22/06) que a Rede de Pesquisa de Conservação e Uso Sustentável do Cerrado (ComCerrado) trabalhe de maneira focada em um tema que busque a mudança do atual contexto do bioma. “Em um determinado momento, vamos ter que responder a questão de como essa rede poderá mudar o cenário que temos hoje”, disse na reunião de instalação do Conselho Diretor da ComCerrado.
Barreto de Castro exemplificou com o caso da Rede Nordeste de Biotecnologia (Renorbio), na qual o conselho decidiu focar as pesquisas na região do semiárido, onde os índices sociais e econômicos apresentam-se defasados em relação ao resto do Brasil. “O trabalho começa a apresentar resultados”, destacou. Na reunião a representante da Universidade de Brasília (UnB), Mercedes Bustamante, mostrou o esboço do plano cientifico da Rede ComCerrado. O documento apresenta uma série de metas a serem atingidas até 2016, como o desenvolvimento de tecnologias para integração, consultas e disponibilização de dados sociais e ambientais e a organização de acervos cartográficos e satelitários.
Entretanto, os membros do conselho vão analisar e enviar sugestões para a próxima reunião, em data a ser marcada. Além disso, os conselheiros devem enviar nomes para compor o Conselho Cientifico da ComCerrado. “É importante que todas as regiões tenham representantes”, destacou Barreto de Castro.
Rede
Instituída pela Portaria nº 319, de 7 de maio último, do Ministério da Ciência e Tecnologia (MCT), a Rede de Pesquisa de Conservação e Uso Sustentável do Cerrado tem, entre outras incumbências, a finalidade de contribuir para as estratégias de conservação e uso sustentável da região, ampliar o conhecimento e desenvolver o aproveitamento biotecnológico e de uso sustentável da biodiversidade e demais recursos naturais.
Com cerca de 2 milhões de quilômetros quadrados, o Cerrado apresenta a maior diversidade biológica entre as savanas mundiais e está presente nas regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste. Além da biodiversidade, a região tem importância estratégica para a conservação de recursos hídricos, uma vez que sua distribuição compreende grande número de nascente e parte considerável das principais hidrográficas da América do Sul. Nos últimos anos, o cerrado vem sofrendo com a expansão do setor agroindustrial. “Não vejo o cerrado sem o agronegócio, mas devemos desenvolver tecnologias para manter a sua preservação”, finalizou o secretário.
(Ascom MCT / Jornal da Ciência, 23/06/2009)