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bancos hidrelétrica de santo antônio hidrelétricas do rio madeira
2009-06-23

Depois da mobilização ocorrida na semana passada, em frente à Bolsa de Valores de Madri, foi a vez da assembléia de acionistas do Banco Santander ver as conseqüências dos investimentos desta instituição financeira na construção das usinas hidrelétricas no rio Madeira. O encontro, ocorrido no sábado (20/06), reuniu, além dos acionistas, o presidente do Santander, Emilio Botín, e os representantes da sociedade civil: Annie Yumi Joh, responsável pelas mobilizações e uma das coordenadora da Setem; Luis Novoa representante brasileiro dos atingidos pela barragem e Tica Font, da organização Justiça e Paz.

Durante a reunião, o presidente do banco se comprometeu a apoiar a causa ou pelo menos a estudá-la.  "Senhores ecologistas, suas palavras são acolhidas com muito interesse, nossa equipe no Brasil se reunirá em breve com os senhores, eu me responsabilizarei pessoalmente disso", enfatizou Botín ao responder às perguntas.

Não com o meu dinheiro
Na semana passada ambientalistas e militantes, entre eles representantes da organização da sociedade civil espanhola Setem, reuniram- se com a população local em frente à Bolsa de Valores de Madri para simular um sorteio de ações do Banco Santander, em protesto ao projeto financiado pelo banco para construir as usinas no rio Madeira, em Rondônia.

Intitulada de "Não Com o Meu Dinheiro" (em livre tradução), a manifestação teve o objetivo de mostrar as outras ações que o banco possui.  "Queremos apresentar as atividades que o Santander está fazendo no Brasil: obrigar as mais de 5 mil famílias a abandonar seus lares, aumentar os casos de malária e aniquilar os povos indígenas", explica a organização da campanha.

O sorteio foi realizado com atores que simularam ser membros do banco.  Um dos ganhadores, com um pacote de mil ações fictícias, foi Novoa.  O brasileiro disse que a construção deixará milhares de pessoas sem suas terras e aumentará os casos de malária.  Além disso, "a água potável se contaminará com o mercúrio", contou.  O projeto, segundo a organização, também colocará em perigo a sobrevivência do peixe-gato e o futuro de 2.400 pescadores da região e suas famílias.

Campanha
As duas ações fazem parte da campanha "Exija responsabilidade do BBVA e Santander", lançada em março pela Setem que denuncia o Banco Bilbao Vizcaya Argentaria (BBVA) e o Santander por investirem em projetos que impactam negativamente a região amazônica.  "A campanha é resultado de uma ampla pesquisa na qual pudemos investigar as conseqüências de todas as ações financiadas por eles", diz Annie Yumi Joh, coordenadora de campanhas da Setem.

Segundo a Setem, o financiamento por parte do Banco Santander nas usinas do Rio Madeira poderá trazer um aumento de doenças como a malária, a perda do ecossistema e o deslocamento da população que vive na região.  "De fato, as empresas do consórcio já querem desalojar as 5 mil famílias da região afetada, em Rondônia, e marcaram para o dia 30 de agosto a data limite para forçar essas famílias a abandonarem suas casas", diz a organização.

Rio Madeira
O plano do complexo prevê a construção das hidrelétricas de Santo Antônio, Jirau, Guajará e Cachoeira Esperança; a construção de eclusas, hidrovias e de uma grande linha de transmissão de energia que vai de Porto Velho até São Paulo. De acordo com organizações e ambientalistas, seria preciso inundar mais de 500 quilômetros quadrados de terras (mais de 50 mil hectares) para a construção das hidrelétricas de Santo Antônio e Jirau.  Ganhariam com a construção os donos das barragens e as empreiteiras.

(Por Thais Iervolino, Amazonia.org.br / IHUnisinos, 23/06/2009)


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