A energia eólica pode ser capaz de fornecer praticamente todas as necessidades, atuais e futuras, de eletricidade dos EUA e, potencialmente, do mundo. É a conclusão de um novo estudo [Global potential for wind-generated electricity], publicado na edição da PNAS, de 22/06/2009. Pesquisadores da Harvard University e do VTT Technical Research Centre of Finland, estimaram que uma rede global de turbinas de 2,5 megawatts poderia fornecer todas as necessidades mundiais de eletricidade. Um modelo que seccionou o globo, em áreas de aproximadamente 3.300 quilômetros quadrados, permitiu que os autores obtivessem a velocidade do vento a cada seis horas, considerando as áreas não-urbanas, não-florestais, não cobertas de gelo.
Em sua análise, as turbinas eólicas offshore foram limitadas a 50 milhas náuticas da costa e em lâminas d’água com menos de 200 metros. Os investigadores determinaram o potencial de eletricidade produzida por uma turbina eólica 2,5 megawatts, baseado na velocidade do vento, densidade do ar, o espaçamento das turbinas e da dimensão das suas pás. Se as turbinas eólicas pudessem operar em um mínimo de 20% de sua capacidade, os autores sugerem que a apenas a energia eólica produzida em terra firme nos Estados Unidos poderia fornecer 16 vezes mais eletricidade do que a demanda efetiva atual.
O mesmo modelo de cálculo permite demonstrar que a demanda global também seria atendida com grande folga, estimando que a energia eólica poderia ser 40 vezes maior do que a atual demanda global de eletricidade. No caso brasileiro, outros estudos indicam um potencial de 143 mil MW, sem considerar qualquer produção offshore. Não é difícil perceber ou calcular que, de fato, o potencial eólico é maior do que o hidrelétrico, com custos de instalação, endividamento e prazo operacional muito menores.
O novo estudo [Global potential for wind-generated electricity], cuja leitura recomendamos, é extremamente importante, não apenas por trazer novas informações sobre o potencial da energia eólica, mas por demonstrar claramente que as críticas são cientificamente inconsistentes .
O artigo “Global potential for wind generated electricity,” de Xi Lu, Michael McElroy, and Juha Kiviluoma (Published online before print June 22, 2009, doi: 10.1073/pnas.0904101106) é um estudo Open Access e está disponível para acesso integral no formato PDF. Para acessar o artigo clique aqui.
Para maiores informações transcrevemos, abaixo, o abstract.
Abstract
Global potential for wind-generated electricity
1. Xi Lua, 2. Michael B. McElroya,b,1 and 3. Juha Kiviluomac
-Author Affiliations
1.a School of Engineering and Applied Science, Cruft Lab 211, and
2.b Department of Earth and Planetary Sciences, Harvard University, 100E Peirce Hall, 29 Oxford Street, Cambridge, MA 02138; and
3.c VTT Technical Research Centre of Finland, P. O. Box 1000, 02044 VTT, Finland
1. Communicated by James G. Anderson, Harvard University, Cambridge, MA, April 29, 2009 (received for review November 6, 2008)
Abstract
The potential of wind power as a global source of electricity is assessed by using winds derived through assimilation of data from a variety of meteorological sources. The analysis indicates that a network of land-based 2.5-megawatt (MW) turbines restricted to nonforested, ice-free, nonurban areas operating at as little as 20% of their rated capacity could supply >40 times current worldwide consumption of electricity, >5 times total global use of energy in all forms. Resources in the contiguous United States, specifically in the central plain states, could accommodate as much as 16 times total current demand for electricity in the United States. Estimates are given also for quantities of electricity that could be obtained by using a network of 3.6-MW turbines deployed in ocean waters with depths <200 m within 50 nautical miles (92.6 km) of closest coastlines.
Footnotes
* 1 To whom correspondence should be addressed. E-mail: mbm{at}seas.harvard.edu
* Author contributions: X.L. and M.B.M. designed research; X.L. and M.B.M. performed research; X.L., M.B.M., and J.K. analyzed data; and X.L., M.B.M., and J.K. wrote the paper.
* The authors declare no conflict of interest.
* Freely available online through the PNAS open access option.
(Por Henrique Cortez, EcoDebate, 23/06/2009)