A preservação das baleias estará em foco a partir desta segunda-feira (22/06) no Funchal, ilha da Madeira, no âmbito da 61ª reunião plenária da Comissão Baleeira Internacional (CBI), que reúne durante quatro dias mais de 600 pessoas na cidade. "Derreter o gelo" no relacionamento entre defensores e opositores mundiais da caça à baleia, por forma a criar um modelo de gestão dos interesses destas duas forças oponentes, será um dos objetivos deste encontro.
Entre os partidários da caça à baleia mais influentes estão o Japão, que efetua esta atividade sob o pretexto de fins científicos, a Islândia e a Noruega (com objetivos comerciais), países que vêm defendendo a alteração da moratória criada em 1986 que proibia esta prática e que matam uma média de dois mil exemplares por ano. A moratória surgiu da Convenção internacional para a Regulação da Atividade Baleeira, criada em 1946 com o objetivo de proteger os estoques de baleias na perspectiva de apoio à indústria baleeira que provocou uma drástica redução na população mundial dos cetáceos, que os defensores da caça pretendem rever por considerarem que o equilíbrio foi reposto longo destes anos.
Do programa da reunião no Funchal consta também a abordagem de temas relacionados com os métodos e as cotas de caça de subsistência para as populações aborígenes, as implicações econômicas, as infrações e a criação de um santuário de baleias no Atlântico Sul há anos defendida pelo Brasil. A CBI é uma organização constituída por 85 membros, fundada em 2 de dezembro de 1946 para defender e garantir adequada conservação das populações de baleias em todo o mundo. A reunião anual tem um programa dividido em três partes, sendo uma a reunião do Comitê Cientifico que contou com a participação de cerca de duas centenas de cientistas, que tem reunido desde 28 de maio, outra dos sub-comitês e a sessão plenária da Comissão Baleeira.
Em 2007, a CBI (IWC) reuniu em Anchorage (Alasca) e no ano passado em Santiago do Chile (Chile). A sessão formal de abertura de segunda contará, entre outras figuras, com a presença do presidente do Governo Regional da Madeira, Alberto João Jardim, e elementos do executivo da República ligados ao Ambiente. No arquipélago da Madeira a caça à baleia foi uma prática abandonada em 1981, tendo esta região vindo a transformar as suas águas territoriais numa espécie de "santuário" para observação dos cetáceos, tirando dividendos turísticos desta atividade.
(UOL AFP, 22/06/2009)