Animais que cruzam o trecho de 15 quilômetros da BR 471 que corta a Estação Ecológica do Taim (Esec), entre Rio Grande e Santa Vitória do Palmar, têm sido vítimas do tráfego. Conforme dados da estação, 121 espécies foram atropeladas em 2008 e, entre janeiro e maio deste ano, houve 35 mortes. Ratão-do-banhado, capivara, jacaré e tartaruga são os mais atingidos. Para tentar reduzir os atropelamentos, o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) cercou o trecho da estrada que atravessa a Esec Taim – proteção arrancada com a enchente ocorrida em 2002. Desde 1998, quando a cerca foi instalada, não houve atropelamentos.
Há um ano, a estação recebeu a doação de 11 quilômetros de tela, no valor de R$ 290 mil. Porém, detalhes do projeto apresentado ao Dnit precisam ser revistos. 'Temos que acertar questões burocráticas antes de encaminharmos para licitação', explica o supervisor regional de Pelotas do Dnit, Vladimir Casa. Outra solução seria a educação no trânsito. Além da multa por excesso de velocidade, o condutor que atropelar um animal no trecho comete crime ambiental (multa de R$ 500,00 por espécie e processo administrativo). O coordenador do curso de Ecologia da Universidade Católica de Pelotas, José Antônio Weikamp, diz que a área de 11.764 hectares é a unidade de conservação mais importante do RS pela extensão e biodiversidade – 236 espécies de aves, 62 de peixes, 20 de répteis e 21 de mamíferos.
(Correio do Povo, 23/06/2009)