O presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o ministro da Agricultura, Reinhold Stephanes, lançaram no início da noite desta segunda (22/06), em Londrina, o Plano Agrícola e Pecuário (PAP) 2009/2010, que está destinando R$ 107,5 bilhões para a próxima safra. O presidente justificou o aumento de 40% no total de créditos neste plano, em relação ao anterior, como alternativa para o país sair mais rápido da crise. Lula disse aos agricultores que, além de comemorar uma oferta maior de recursos para investimentos, créditos, comercialização e a adoção de várias novas medidas neste plano, o setor hoje é também destaque na geração de empregos. “No mês de dezembro foi o mais atingido, agora, de acordo com os dados do Ministério do Trabalho, é o que mais oferece vagas. Dos 131 mil empregos registrados no mês de maio, 53 mil foram gerados pelo setor agrícola”, afirmou.
Para lançar o que considerou como o maior programa de financiamento da agricultura já feito no país, o presidente esteve ao Paraná acompanhado dos ministros da Agricultura, Reinhold Stephanes, do Planejamento, Paulo Bernardo, e da ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Roussef. Eles foram recebidos pelo governador do Paraná, Robert Requião. e secretário da Agricultura e do Abastecimento, Valter Bianchini.
O presidente garantiu aos agricultores que não vai faltar recursos. O PAP prevê R$ 92,5 bilhões para a agricultura comercial e R$ 15 bilhões para a agricultura familiar que, segundo o presidente, devem ser aliados, porque o Brasil precisa dos dois setores. “Gastem o dinheiro para plantar porque, se precisar de mais R$ 20 bilhões, R$ 30 bilhões ou até R$ 50 bilhões nós vamos providenciar”, destacou Lula. “Não podemos ter dúvida de que fomos o último país a sentir os efeitos da crise e vamos ser os primeiros a sair. Não podemos ter medo.Quando a crise passar o mundo vai precisar comprar e nós não podemos ter medo de produzir”, disse Lula.
O presidente disse que a agricultura é um setor que reage rápido às medidas governamentais. “O programa Trator Popular, lançado no programa Mais Alimentos no ano passado, vendeu 11 mil unidades, cerca de 75% da produção de tratores no país”, disse o presidente.
A ministra Dilma Roussef tranqüilizou os agricultores quanto às obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). Segundo ela, o programa foi acusado de ficar só no papel no ano passado, porque não havia políticas e projetos. “Agora temos vários e parte deles serão delegados ao próximo governo. São rodovias, pontes, ferrovias e portos que vão facilitar o escoamento das safra”. Ela garantiu que, em breve, o Brasil não será mais dependente de insumos importados. O país está explorando reservas de potássio na Amazônia para produção de fertilizantes. “O Brasil possui uma das maiores reservas de potássio do mundo’, disse a ministra.
O presidente Lula lembrou aos cerca de dois mil agricultores presentes ao lançamento, que uma das medidas anunciadas no plano é relativa a recuperação do meio ambiente. “Se o país precisa conservar e preservar o meio ambiente, a sociedade como um todo necessita colaborar e pagar por isso. Da mesma forma que queremos preservar, temos de pagar para as pessoas preservarem a terra", argumentou Lula.
(Por Lúcia Norcio, com edição de Antonio Arrais, Agência Brasil, 22/06/2009)