O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) poderá adotar um sistema de rastreabilidade e controle para a cadeia agropecuária, de modo a aperfeiçoar os critérios de financiamento ao setor frigorífico. “Nós estamos trabalhando para melhorar”, afirmou nesta sexta (19/06), sem, contudo, fornecer maiores detalhes, o presidente do BNDES, Luciano Coutinho. Ele acrescentou apenas que serão desenvolvidos sistemas específicos com essa finalidade.
O BNDES tem sido alvo de críticas por financiar frigoríficos acusados de comprar gado de áreas desmatadas. Coutinho reiterou a preocupação do banco em exigir das empresas o compromisso com o meio ambiente. “E cobramos esse compromisso”, disse. O presidente do BNDES fez questão de esclarecer que não cabe ao banco exercer o papel de fiscalização em relação às fazendas de gado, para saber se elas estão cumprindo a lei ambiental. Esse trabalho, afirmou, deve ser feito pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis (Ibama) e pelas entidades locais de meio ambiente.
Coutinho afirmou que “é um pouco de covardia que exijam que o BNDES, que tem 2.000 funcionários aqui no Rio de Janeiro, consiga controlar [os pecuaristas] lá na ponta, no interior dos estados”. Para ele, a cobrança e a vigilância são legítimas e a sociedade brasileira deve permanecer atenta às questões do meio ambiente. E que o banco conta com o auxílio da população e das organizações não governamentais para exigir das empresas apoiadas a observância dos compromissos ambientais.
(Por Alana Gandra, Agência Brasil, 19/06/2009)