A situação de emergência em Bagé, devido à forte estiagem que castiga a cidade pelo terceiro ano consecutivo, mobiliza a administração municipal. O prefeito Luís Eduardo Colombo já procurou a Fepam para agilizar o licenciamento ambiental de construção da Barragem da Arvorezinha. A obra terá capacidade para armazenar quatro vezes mais água que os três reservatórios que abastecem a população, cujo nível permanecia abaixo do normal neste domingo. Durante visita às barragens, Colombo verificou que a da Sanga Rasa está 8,10 metros abaixo do normal, a do Piraí, 7,15 metros e a Emergencial, 70 centímetros. O prefeito esteve acompanhado de dirigentes do Daeb.
Até o final da tarde deste domingo (21/06), a Estação de Tratamento de Água do Daeb (ETA) registrava apenas 4 milímetros de chuvas em junho, enquanto a média histórica é de 139 milímetros. Em 2008, choveu mais de 200 milímetros no mês. O Daeb aguarda a confirmação das precipitações previstas para as próximas horas para avaliar o quadro. Com a escassez de chuva, a comunidade enfrenta, desde o último dia 14, novo esquema de racionamento. O município está dividido em dois setores e cada um recebe água 12 horas por dia. O racionamento anterior durou de abril a julho do ano passado.
Conforme a direção da Fepam, os dados solicitados à Prefeitura de Bagé para dar andamento ao processo da Barragem da Arvorezinha eram aguardados desde novembro de 2008 e as informações foram entregues na última sexta-feira. Na reunião, a diretora do Departamento de Controle, Marília Brum, disse que obras de infraestrutura e saneamento são prioridades. 'A Fepam não cria obstáculos às obras, mas depende do encaminhamento documental do empreendedor. Quanto mais ágil for, mais rápida será a análise', afirmou. Segundo o prefeito Colombo, os prazos foram cumpridos. Ele espera que, em alguns dias, a Fepam conclua o estudo de impacto ambiental para que, em 30 dias, aconteça a audiência pública que antecede o início da licitação. O projeto técnico da Barragem da Arvorezinha, no valor de R$ 1,2 milhão, foi concluído em 2008 e financiado pelo Ministério da Integração Nacional.
O recurso para construção da obra, orçada em R$ 23 milhões, já aprovado pela União, será liberado tão logo seja concedido o licenciamento ambiental. A área a ser alagada será de 300 hectares, incluindo o local onde fica hoje a Barragem Emergencial. O projeto original prevê a construção de dois balneários, mini-hidrelétrica e açude para piscicultura.
(Correio do Povo, 22/06/2009)