As ONGs Greenpeace e Oxfam pediram à China, país que é maior emissor mundial de gases do efeito estufa, e a outros países em desenvolvimento que reduzam as emissões entre 15% e 30% até 2020. Assim como os países desenvolvidos deveriam reduzir em 40% o total de suas emissões em uma década, a China e outras nações em desenvolvimento --entre elas, o Brasil-- "precisam adotar mais medidas para se adaptar ao aquecimento global", disse em entrevista coletiva Li Yan, chefe de campanha para a Mudança Climática do Greenpeace na China.
Li e outros analistas chineses apresentaram, nesta semana, o primeiro estudo que relaciona a mudança climática com a pobreza no gigante asiático, elaborado pelas duas ONGs. O estudo destaca que, até agora, não foi dada atenção suficiente à relação entre estes dois fenômenos no momento de elaborar políticas para os mais necessitados. O texto mostra pela primeira vez que as massas de população que vivem na pobreza na China --aproximadamente 106 milhões de pessoas, segundo a ONU-- se encontram em locais onde o ambiente está em sério risco devido ao aquecimento global.
"Os esforços de combate à pobreza nas décadas passadas podem ser gravemente afetados, a menos que o Governo chinês assuma a liderança no momento de elaborar um tratado de resgate 'agressivo' na cúpula de Copenhague", que acontece no final deste ano, observou Li Yan. O Protocolo de Kyoto não obrigava os países em desenvolvimento a reduzir suas emissões, mas o objetivo em Copenhague será fazer com que as principais nações emergentes adotem compromissos de redução de poluentes, embora menores que nos desenvolvidos.
(Folha Online, 19/06/2009)