O diretor de Finanças, Relações com Investidores e Controle de Participações da Cemig, Luiz Fernando Rolla, afirmou que a companhia está focada, neste momento, em buscar parceiros para a disputa da concessão da hidrelétrica de Belo Monte, localizada no Rio Xingu (PA) e com capacidade instalada de 11 mil MW. "É um projeto de grande porte. Isso irá demandar uma parceria muito forte, com empresas de grande capacidade financeira e com acesso ao mercado", disse o executivo, que participou nesta quinta (18/06) do prêmio Destaque Agência Estado Empresas.
Entre as empresas com as quais a Cemig vem negociando a formação de uma parceria está a empreiteira Andrade Gutierrez, que já é sócia da estatal mineira na Light e na usina de Santo Antônio, no Rio Madeira (RO). "A Andrade é uma parceira confiável, com acesso aos mercados e com grande capacidade financeira", destacou o executivo. Outro ponto que favorece a parceria entre as empresas é o fato de a construtora participar, junto com a Camargo Corrêa, a Odebrecht e a Eletrobrás, da elaboração dos estudos de Belo Monte, que hoje está na etapa de licenciamento ambiental.
A expectativa do executivo é de que as negociações para a definição dos parceiros devem ser concluídas entre outubro e novembro deste ano. Essa data, porém, supera a previsão do governo federal de licitar o empreendimento, em setembro deste ano. "Acreditamos que é muito difícil que Belo Monte seja licitada em setembro", afirmou o executivo.
Na visão de Rolla, o principal entrave para cumprir a data é o processo de licenciamento ambiental - a obtenção da licença prévia ambiental (LP) é pré-requisito para que qualquer usina participe dos leilões do Ministério de Minas e Energia (MME). Atualmente, uma liminar do Ministério Público Federal (MPF) do Pará impede que o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) avalie o Estudo e Relatório de Impacto Ambiental (EIA/Rima) do projeto.
"Belo Monte é uma hidrelétrica de grande porte e com grandes dificuldades. A principal que observamos é a questão do licenciamento", afirmou. Para o diretor da Cemig, a disputa pela concessão da hidrelétrica não terá apenas um consórcio. "Acreditamos que haverá competição neste processo", disse Rolla. Nas estimativas preliminares da companhia, o investimento total na hidrelétrica é da ordem de R$ 26 bilhões.
(Por Wellington Bahnemann, Agência Estado, 18/06/2009)