A Brigada Militar impediu ontem que um grupo de índios caingangues invadisse a Usina Hidrelétrica Monjolinho, entre os municípios de Nonoai e Faxinalzinho, na região do Alto Uruguai. Houve confronto e sete policiais militares foram atingidos por pedras, segundo relato do comandante do CRPO Planalto, coronel Lima. Todos foram atendidos do Hospital Comunitário de Nonoai e depois liberados. Já o Movimento de Atingidos por Barragens (MBA) informou que um índio foi ferido por bala de borracha.
A Brigada Militar estava de posse de um mandado de interdito proibitório, a partir das 21h de quarta-feira, expedido pela juíza diretora do Fórum de Nonoai, Marilde Goldschimidt. Foram deslocados efetivos de Nonoai, do BOE de Passo Fundo e do 13º BPM de Erechim para garantir a segurança no local. Segundo informações da BM, por volta das 3h de ontem, cerca de 250 indígenas procedentes da Reserva do Votouro, localizada no município de Benjamin Constant do Sul, chegaram à usina e encontraram uma barreira de policiais militares. Ainda de acordo com a corporação, alguns caingangues tentaram ingressar à força no canteiro de obras, mas foram contidos.
A BM também interceptou, ontem pela manhã, na entrada de Nonoai, dois ônibus procedentes de outras regiões. Os veículos estariam transportando pessoas que pretendiam se juntar ao grupo. O comandante da operação disse que os coletivos não tinham autorização do Daer para circular. Marco Antônio Trierveiler, um dos líderes do MAB, diz que os indígenas denunciam que não houve acordo sobre indenização de suas terras. A Monel – Monjolinho Energética – distribuiu nota informando que no dia 27 de maio foi assinado termo de acordo com a Funai, em Brasília.
O documento estabeleceu o início das tratativas visando à implementação efetiva das medidas compensatórias para as comunidades indígenas. Os índios decidiram deixar o local depois de reunião com representantes da Funai, Ministério Público Federal e Ministério Público Estadual. Ficou decidido que haverá novo encontro, no próximo dia 25, em Erechim. A retirada ocorreria ainda na noite dessa quinta-feira. A BM permanece na área até hoje.
(Correio do Povo, 19/06/2009)