O Brasil quer "fazer o meio de campo" entre países emergentes e desenvolvidos na busca de um acordo para descarbonização das economias, na conferência de Copenhague sobre o pós-Kyoto, segundo o ministro brasileiro das Relações Exteriores, Celso Amorim. Para o ministro, um acordo poderia ser baseado em "metas voluntárias de corte de emissões para ricos e emergentes, quantificáveis, reportáveis e verificáveis". Propõe uma espécie de revisão de políticas ambientais, nos quais os países seriam cobrados pelo andamento dos programas ambientais que implementam. "De nosso lado, nos preparamos para fazer as coisas", afirmou o ministro, reiterando que o Brasil está reduzindo o desmatamento e o programa Amazônia pode inspirar acordos entre emergentes e ricos.
Amorim disse que o Brasil quer avanços e não se exime de assumir responsabilidades, mas cobra, ao mesmo tempo, que os ricos façam mais, porque são os maiores responsáveis pela poluição do planeta. Os Brics - Brasil, Rússia, Índia e China - têm posições com nuanças. A China e a Índia são especialmente incisivos na reação a metas para limitar suas emissões, achando que isso afetaria seu desenvolvimento econômico. O grupo terá reuniões, especialmente visando o G-8/G-5, em julho, na Itália.
(Por Assis Moreira, Valor Econômico, 18/06/2009)