Mergulhadores, barcos rebocadores e até equipamentos usados em estruturas marítimas serão necessários para a realização de uma obra inédita na Capital, a construção de um emissário de esgoto composto por um trecho subaquático
Uma das partes mais complexas do Programa Integrado Socioambiental (Pisa), o emissário – que levará esgoto cloacal do Centro até a Estação de Tratamento de Esgoto (ETE) Serraria, a ser construída na Zona Sul – terá um total de 18 quilômetros de extensão, sendo que 12 quilômetros estarão submersos. Essa obra passa atualmente pela segunda etapa de licitação – a previsão do Departamento Municipal de Água e Esgotos (Dmae) é de que os trabalhos se iniciem em agosto e durem 16 meses.
Segundo o diretor-geral do órgão, Flávio Presser, o emissário subaquático deverá ser composto por tubos de 1m6cm de diâmetro e com 500 metros de extensão, fabricados em São Paulo ou no Exterior, em polietileno de alta densidade. Trechos já conectados deverão ser rebocados por barcos até Porto Alegre. No Guaíba, serão colocados anéis que pesam 4,5 toneladas a cada cinco metros da tubulação, que depois será submersa e presa ao leito, entre 200 e 400 metros de distância da orla.
Em 2004, uma estrutura semelhante foi montada em Ashkelon, em Israel, no mar – em condições mais difíceis do que as encontradas no Guaíba. O valor orçado apenas para a obra do emissário (incluindo a parte subterrânea, que passará ao lado das avenidas Edvaldo Pereira Paiva e Diário de Notícias) é de quase R$ 137,5 milhões.
O Pisa ampliará o tratamento de esgoto cloacal na Capital, passando dos atuais 27% para 77% em 2012. Das obras em andamento, a rede de esgoto Restinga/Ponta Grossa está 80% concluída e a Cavalhada, 50%. O programa totaliza R$ 390 milhões, com recursos do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) e da Caixa Econômica Federal, via Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), com contrapartida da prefeitura.
(Zero Hora, 18/06/2009)