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política ambiental dos eua emissões de gases-estufa riscos climáticos
2009-06-18

Às vésperas de o Congresso dos EUA votar o primeiro projeto de lei nacional que estabelece limites para emissões de gases do efeito estufa e cria um mercado de créditos de carbono (previsto para a próxima semana), a Casa Branca divulgou terça (16/06) um relatório em que afirma que o país já sofre os efeitos do aquecimento global com impactos reais nas mais diversas áreas. Além disso, os cenários projetados pelos cientistas de agências ambientais americanas para este século no país são ainda mais catastróficos e lembram filmes de Hollywood: Nova York e Los Angeles parcialmente submersas com a elevação dos oceanos; temperaturas 4 graus Celsius acima da média destruindo pântanos e a agricultura da Flórida; os Grandes Lagos mais vazios; Chicago quentíssima; e tanto os vinhedos da Califórnia quantos os ursos polares do Alasca extintos.

A divulgação do documento pelo governo de Barack Obama na véspera da votação da lei nacional está sendo vista por especialistas como um esforço de convencer o público da importância do assunto. Chamado “Os impactos da alteração global do clima nos EUA”, o estudo foi coordenado por dois dos mais importantes organismos de monitoramento ambiental dos EUA — a Administração Nacional de Oceanos e Atmosfera (Noaa, na sigla em inglês) e o Laboratório Marinho e Biológico de Woods Hole —, em parceria com 13 agências e departamentos de Estado. Segundo os cientistas, ele representa um divisor de águas para o cético mundo político de Washington, que até agora seguia relutante em estabelecer limites para a emissão de gases do efeito estufa.

Sob a chancela de instituições do país
Os republicanos evitavam o debate encarando o relatório do Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas da ONU (IPCC, na sigla em inglês) — a maior referência mundial nas discussões sobre o tema — como uma espécie de parecer estrangeiro que precisaria ser ratificado pelos cientistas dos EUA, ainda que muitos cientistas americanos tenham participado do relatório. Algumas lideranças republicanas chegaram, durante o governo de George W. Bush, a contratar institutos de pesquisa americanos para dizer que a interferência humana no clima do planeta “era uma tese ainda não comprovada cientificamente”.

E os democratas alimentam desconfianças em relação ao projeto de lei porque acreditam que estabelecer tetos de emissão num momento em que o país atravessa sua mais grave crise econômica poderá piorar a situação. Mas o estudo, elaborado em coordenação com a Casa Branca a pedido do próprio Congresso, não deixa dúvidas: "Este relatório provê informações científicas concretas que dizem, sem margem de erro, que as mudanças climáticas estão acontecendo agora, nos nossos quintais, e afetam as coisas com as quais as pessoas se preocupam em seu cotidiano", afirmou Jane Lubchenco, a diretora da Noaa. "Gostaríamos de deixar claro que as mudanças climáticas já estão em curso e afetam nossas vidas", reforçou Thomas Karl, diretor do Centro de Informação Climática da Noaa e um dos principais autores do estudo. "Não se trata de um fenômeno restrito às geleiras do Ártico."

Segundo Karl e o diretor do Laboratório de Woods Hole, Jerry Melilllo, que apresentaram o estudo, ou os EUA começam a agir logo para reduzir suas emissões — o país perde apenas para a China como o maior emissor de gases do efeito estufa do planeta — ou os custos serão enormes. Entre as consequências citadas pelos cientistas — caso nada seja feito sobre as emissões e levando em consideração um período de 75 anos — estão a redução significativa dos períodos de inverno em estados como Nova York, New Hampshire, Maine e Vermont; o aumento da temperatura nos verões na Flórida; a maior intensidade dos furacões no Sudeste do país; entre outros impactos catastróficos (ver box).

O estudo, no entanto, não se restringe às consequências ambientais, mas destaca também — talvez para convencer os congressistas que ainda temem um aprofundamento da crise econômica com a fixação de tetos para emissões — os custos econômicos de não se agir logo. E eles incluem falta de água em reservatórios, comprometendo o fornecimento de energia nas hidrelétricas. Ou a destruição de oleodutos com a maior frequência de tempestades e furacões. Ou ainda o aumento nos custos com a saúde da população com a piora na qualidade do ar e da água em várias regiões do país. "Nosso destino está em nossas mãos", disse Thomas Karl. "O tamanho dos impactos será menor conforme os controles que adotarmos."

(Por Gilberto Scofield Jr., O Globo / IHUnisinos, 17/06/2009)


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