Novo estudo [Decreasing sex difference in birth weight], realizado em conjunto do Sainte-Justine University Hospital Research Center, University of Montreal, McGill University e Public Health Agency of Canada, conclui que o peso de recém-nascidos pode ser afetado por contaminantes ambientais. Recentes estudos epidemiológicos têm revelado um aumento da frequência de anomalias genitais em recém-nascidos do sexo masculino e uma diminuição na fertilidade masculina. O papel desempenhado pela presença crescente de contaminantes ambientais, com potencial de redução da ação dos hormonios masculinos, poderia explicar este fenômeno.
Sabe-se que o peso dos meninos, ao nascer, é maior do que das meninas e isto ocorre devido à ação dos hormônios masculinos. Se, de fato, a exposição das mulheres grávidas aos contaminantes ambientais, com potencial de diminuir a ação dos hormônios masculinos, tem aumentado ao longo dos anos, seria de se esperar uma diminuição na diferença de peso por sexo ao nascer. É exatamente isto o que o estudo indica ocorrer. Ele avaliou dados registrados pela Agência de Saúde Pública do Canadá (Public Health Agency of Canada), coletando informações sobre mais de cinco milhões de crianças nascidas no Canadá entre 1981 e 2003.
Usando métodos estatísticos, os pesquisadores mostram efetivamente estar ocorrendo uma diminuição no peso ao nascer, reduzindo as diferenças entre meninos e meninar, o que apoia a hipótese de crescente desregulação endócrina relacionada aos contaminantes ambientais.
O artigo “Decreasing sex difference in birth weight“, publicado na edição online de Epidemiology, July 2009 – Volume 20 – Issue 4 – p 622, doi: 10.1097/EDE.0b013e3181a82806, apenas está disponível para assinantes e/ou por acesso pago.
Os disruptores endócrinos são, crescentemente, relacionados a diversos e graves problemas de saúde e, visando contribuir para a compreensão do tema, a Endocrine Society publicou o trabalho “Endocrine-Disrupting Chemicals: An Endocrine Society Scientific Statement“, que pode ser acessado na íntegra no formato PDF. Para acessar o trabalho clique aqui.
(Por Henrique Cortez, com informações de Nicole Saint-Pierre, do Sainte-Justine Hospital, EcoDebate, 17/06/2009)