O Ministro do Meio Ambiente do Canadá Jim Prentice revelou detalhes sobre os planos federais para o uso das compensações de carbono
Em 10 de junho, dois documentos foram publicados por Ottawa, Regras e Diretrizes do Programa para Proponentes de Projetos (Program Rules and Guidance for Project Proponents) e Regras do Programa para a Verificação e Diretrizes para os Órgãos Verificadores (Program Rules for Verification and Guidance for Verification Bodies). O plano proposto aceita créditos provenientes de projetos de compensação domésticos e internacionais e delineia os requisitos que devem ser seguidos para receber estes créditos. O sistema tem como foco os setores da economia não incluídos nos planos federais de redução das emissões de gases do efeito estufa.
Projetos como a construção de fazendas eólicas, plantio de florestas, captura de metano em aterros sanitários e melhoria dos estoques de carbono no solo são incentivados pelo esquema. Os créditos gerados por estes projetos poderiam ser utilizados por empresas para alcançar as suas metas de limites sobre as emissões. Os documentos estão submetidos à consulta pública por sessenta dias e podem sofrer modificações, as regras devem entrar em vigor em janeiro de 2011.
Prentice pretende estabelecer um mercado doméstico de emissões seguindo a tendência norte-americana e no futuro ele espera que estes dois esquemas possam ser conectados. Depois de ignorar as metas do Protocolo de Quioto e dificultar as negociações na Conferência de Bali, em 2007, o atual governo canadense, sob o comando do partido conservador, tem como meta reduzir os gases do efeito estufa em 20% até 2020 com base no nível de 2006. Além disso, o país está defendendo nas negociações climáticas internacionais que esta meta seja implementada no novo acordo que está em discussão para substituir Quioto, mudando a linha de base de 1990 para 2006.
O Canadá assumiu o compromisso sob Quioto de reduzir em 6% as emissões de gases do efeito estufa, sendo que estas aumentaram em 27%. Para cumprir sua meta sob o tratado climático, o país teria que reduzir as emissões em ao menos 33%, algo realmente improvável.
(Por Fernanda B Muller, CarbonoBrasil, 16/06/2009)