Os vândalos não têm perdoado o viaduto Otávio Rocha, um dos pontos turísticos do Centro Histórico de Porto Alegre. É crescente o número de pichações no local, na avenida Borges de Medeiros. Mas a limpeza desse equipamento público esbarra na necessidade de um trabalho especializado, pois se trata de um local tombado pelo patrimônio histórico e cultural da Capital. 'Como o revestimento usado é cirex, que é poroso, a absorção de tinta é maior, o que dificulta a sua retirada, obrigando a buscar uma ação específica para essa área', argumenta a diretora da Equipe do Patrimônio Histórico e Cultural de Porto Alegre (Epahc), Débora Magalhães da Costa.
Ela informa que houve operação semelhante na restauração do Palácio Piratini. Segundo Débora, a Cientec desenvolveu a iniciativa e poderia auxiliar na revitalização do viaduto Otávio Rocha. 'A Smov estuda uma forma de garantir convênio com a instituição ou a contratação de empresa especializada. O trabalho não pode ser executado pelo DMLU, pois necessita de um trato específico', assinala.
Débora salienta que alguns monumentos históricos enfrentam problemas quanto à limpeza porque estão em áreas tombadas pelo patrimônio histórico nacional. 'Na maioria dos casos, o Iphan só permite uma ação de restauro completo e não apenas a limpeza normal', destaca. Em abril, o prefeito José Fogaça assinou ordem de início para instalação de oito câmeras de videomonitoramento no viaduto da Borges de Medeiros. Quatro estão operando. A ação, que integra o programa Viva o Centro, busca coibir o vandalismo, garantir vigilância eficiente nos corredores e escadarias do viaduto e controlar o fluxo de pessoas.
(Correio do Povo, 17/06/2009)