A empresa farmacêutica Novartis desafiou a Organização Mundial de Saúde (OMS) e disse nesta segunda-feira, 15, que não fará doações de vacina para os países pobres combaterem a pandemia de gripe suína. O laboratório argumentou que os países em desenvolvimento ou os países doadores deveriam cobrir os custos da vacina, segundo reportagem do Financial Times. "Se você quer que a produção seja sustentável, tem de criar incentivos financeiros", disse ao jornal o presidente da Novartis, Daniel Vasella.
Ele acrescentou que avaliará a possibilidade de vender a vacina com desconto para os países de baixa renda. As declarações são uma resposta a Margaret Chan, diretora-geral da OMS, que na semana passada declarou que a gripe suína se tornou uma pandemia. Ela havia pedido que os fabricantes de vacina mostrassem "solidariedade" e doassem vacinas para os pobres. A negativa da Novartis expõe uma divisão no setor farmacêutico, pois o laboratório britânico GlaxoSmithKline se comprometeu a distribuir gratuitamente entre os países pobres até 50 milhões de doses de sua vacina contra a gripe. Outros produtores mais modestos de países em desenvolvimento também querem distribuir gratuitamente 10% de sua produção.
A Novartis é proprietária do laboratório americano Chiron, que na última sexta-feira (12/06) declarou ser o primeiro a desenvolver a vacina graças a uma técnica acelerada de base celular, em vez de recorrer à produção tradicional em ovos.
(O Estado de S. Paulo / IHUnisinos, 16/06/2009)