O governo peruano e alguns representantes dos indígenas amazônicos iniciaram nesta segunda-feira (15/06) um diálogo para tentar frear os fortes protestos dos nativos, que pedem a revogação de uma série de leis que, segundo eles, poderia afetar a propriedade de seus territórios. Na primeira aproximação após os enfrentamentos que deixaram 34 mortos há mais de uma semana, o primeiro-ministro, Yehude Simon, disse que o encontro em uma zona de floresta no centro do país deve chegar ao fim com uma saída para a crise. "Há toda a vontade do Executivo para colocar ponto final neste tema", afirmou Simon a jornalistas.
A reunião com representantes dos nativos acontecia em uma localidade da região de Junín, cerca de 350 quilômetros a leste de Lima. Em uma zona próxima, os índios mantêm bloqueada desde sexta-feira (13) uma estrada que afeta o abastecimento da zona de floresta do centro do país. Na pior manifestação contra o governo do presidente Alan García, os nativos amazônicos insistem em pedir a eliminação de várias leis, com o argumento de que ela "os expulsa" de suas terras ricas em recursos naturais como petróleo e gás.
Em meio à pressão, Congresso suspendeu na semana passada duas importantes leis relacionadas com o conflito. Além disso, o governo anunciou a formação de uma mesa de diálogo com representantes dos nativos para modificar as normas.
(Por Marco Aquino, Reuters Brasil, 15/06/2009)