Depois que as três maiores redes de supermercado do Brasil (Wal-Mart, Carrefour e Pão de Açúcar) decidiram suspender as compras das fazendas denunciadas pelo Ministério Público do Estado do Pará envolvidas no desmatamento da Amazônia, e de notificar os frigoríficos fornecedores que não comprarão mais carne e produtos de animais vindos do Pará, a Bertin informou que continuará atendendo o Pão de Açúcar com matéria-prima proveniente de unidades fora do Estado.
Em nota divulgada no final da tarde desta sexta (12/06), a empresa disse que interrompeu a compra de animais das fazendas mencionadas na recomendação do Ministério Público e que foram embargadas pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), desde o último dia 6. A empresa vai aguardar até que o os fatos relacionados ao embargo sejam esclarecidos.
A Bertin informou ainda que seu "programa de compra de gado prevê a verificação diária das áreas embargadas pelo Ibama nas listagens oficialmente divulgadas, cumprindo assim as exigências previstas na legislação ambiental aplicável. Reitera também que as fazendas mencionadas na recomendação não constam em tal listagem até a presente data", diz a nota. Por esse motivo, a empresa considera que todos os produtos provenientes das unidades localizadas no Pará não são originados do abate de gado de fazendas embargadas considerando as informações disponibilizadas pelo Ibama.
As três redes de supermercados anunciaram ontem (11) que decidiram suspender as compras de carnes das fazendas envolvidas no desmatamento da Amazônia. A decisão foi tomada após divulgação de relatório da Organização não-Governamental (ONG) Greenpeace, que no início do mês informou que carne e couro produzidos em áreas de desmatamento ilegal estão sendo vendidos por indústrias brasileiras. O estudo motivou ação civil pública do Ministério Público Federal do Pará, que recomendou às grandes redes de supermercados e outros 72 compradores de produtos bovinos para que deixem de comprar carne proveniente da destruição da floresta.
(Por Alexandre Inacio, Agência Estado, 12/06/2009)